As denúncias contra taxistas que atuam no Aeroporto Municipal Maestro Marinho Franco não param de crescer. As reclamações são referentes a valores abusivos cobrados para corridas do Aeroporto até Rondonópolis, principalmente durante a madrugada, quando os passageiros ficam reféns do táxi como único meio de transporte, já que o aeroporto é distante da cidade (16 km) e não há linha de ônibus.
Um dos leitores do jornal A TRIBUNA relatou que um taxista chegou a cobrar R$ 110 para trazê-lo até Rondonópolis. “Eu cheguei ao aeroporto 2h10 vindo de Confins (MG), quando perguntei para o taxista quanto era a corrida até Rondonópolis, fui surpreendido com o alto valor: R$ 110. Achei um absurdo e disse que não iria pagar. Quando questionei quanto ficava a corrida com o taxímetro ligado, na bandeira 2, como prevê o horário, ele não quis responder. Conforme o Aeroporto foi esvaziando, um deles resolveu cobrar R$ 70, acabei pagando porque precisava do serviço, mas é revoltante. O valor cobrado foi o mesmo que paguei para ir de táxi do Aeroporto de Confins até a casa do meu filho em Belo Horizonte, quase 80 km de distância”, contou o leitor. “É uma situação muito difícil porque você não tem outra opção, ou vêm de táxi ou andando. E muitas das vezes eles não negociam, vão embora com o táxi vazio, mas não fazem a corrida pelo preço justo. Muita gente vem para Rondonópolis a trabalho, não tem algum familiar ou amigo para buscá-lo no aeroporto e tem que pagar esse absurdo cobrado”, desabafou o leitor, que ainda lembrou que a passagem aérea de Belo Horizonte para Rondonópolis custou R$ 180, enquanto o taxista queria cobrar R$ 110 do Aeroporto até o centro da cidade.
De acordo com o Secretário Municipal de Trânsito, Argemiro Ferreira, os taxistas não têm um cadastro específico para trabalhar no aeroporto, lá existem pontos de táxi fixos e também o serviço rotativo. “Não há nada que impeça um taxista sair de Rondonópolis e ir até lá realizar uma corrida. Temos recebido esse tipo de denúncia sim, principalmente casos durante a madrugada e estamos pensando em alguma fiscalização nesse sentido. O que é lei é a obrigatoriedade de usar o taxímetro, o passageiro tem que exigir”, ressaltou Argemiro.
A reportagem entrou em contato com o Sindicato dos Taxistas de Rondonópolis para apurar a situação. De acordo com o presidente, Benedito Vieira, o Dito Parente, o Sindicato não compactua com esse tipo de atitude por parte de alguns taxistas. O valor acordado entre Sindicato e taxistas é de R$ 60 a R$ 70 do Aeroporto até a entrada da Avenida Presidente Médici na bandeira 2. Quando o táxi entrar na cidade a bandeira deve voltar para a 1. Além disso, é totalmente proibida a lotação, ou seja, dois passageiros com destinos diferentes no mesmo táxi. “Nós recebemos aqui no Sindicato também denúncias de passageiros sobre essas cobranças altas. A nossa orientação é que as pessoas anotem o número do táxi e a placa do veículo, além de solicitar o recibo ou o comprovante do pagamento. Assim podemos tomar alguma atitude dentro do sindicato, alguma punição e até suspensão. Caso haja reincidência por parte do motorista, tomaremos as medidas cabíveis.”
O presidente do sindicato ainda alertou os passageiros sobre a obrigatoriedade do uso do taxímetro. “Todos os usuários de táxi, seja no Aeroporto, na Rodoviária ou em qualquer canto de Rondonópolis tem o direito de exigir assim que entrar no veículo que o taxímetro seja ligado.”
DENUNCIAR NO PROCON
Atualmente, os valores das bandeiras para a corrida de táxi em Rondonópolis são de R$ 2,75 para bandeira 1 e R$ 3,30 para bandeira 2. A bandeirada custa R$ 5,00. Das 22h até 6h, os táxis rodam com a bandeira 2 e aos sábados a partir de 12h até às 6h da segunda-feira a bandeira 2 também é cobrada. Uma corrida de 18 km entre o Aeroporto e a entrada da Avenida Presidente Médici, com a bandeira 2 e a bandeirada de R$ 5,00 deve custar portanto R$ 64,40.
De acordo com o coordenador do Órgão de Defesa do Consumidor (Procon) em Rondonópolis, Juca Lemos, algumas denúncias já foram feitas por passageiros e a fiscalização deve atuar com mais rigor para combater essa prática. A orientação é anotar a placa e o número do táxi e fazer a denúncia ao Procon. É importante solicitar um recibo do taxista, que é obrigado a dar, ou o comprovante do pagamento da corrida feito via cartão de débito ou crédito, que podem ser usados como prova. “Mesmo que o taxista se recuse a dar um recibo, com o número da placa e o do táxi já podemos atuar”, contou Juca. O taxista é obrigado a cobrar a corrida conforme o que foi registrado no taxímetro. O coordenador do Procon ainda alertou os taxistas: “Não pratiquem, se por acaso essa situação permanecer nós tomaremos medidas mais drásticas”, finalizou Juca.
O que falta também é a Prefeitura implementar um traslado (ônibus ou Microonibus) aeroporto/Centro/shopping/aeroporto para aumentar a competitividade e escolha de preço por parte dos usuários. É um absurdo uma cidade como Roo ter somente táxi para locomoção tendo em vista a movimentação de vôos que já existem na localidade. Será que trata-se de protecionismo para os taxistas? Fica aí a pergunta! Porque não existe essa iniciativa pela Prefeitura?
Quero saber se é normal quando entro no carro a a bandeira ta marcando ja 5 reais. ….
Estranha essa reportagem, pois não da para acreditar que uma pessoa que se sinta lesada não consiga anotar nem o numero do carro e a placa para fazer a reclamação e informar o responsável.
Um absurdo o valor do taxi. Como existem poucos horários no aeroporto, podiam colocar um ônibus particular fazendo uma linha especial a um preço fixo, levando ao centro (antiga rodoviária e praça dos carreiros e também ao shopping), assim como tem em São Paulo um ônibus do aeroporto que leva a principais pontos da cidade.
Predomina a ganância face a fragilidade do passageiro que fica sem opção. Penso que é caso de polícia, registrar BO e cassar a licença do taxista, pois está prestando um desserviço à sociedade.