Mais uma indústria está suspendendo, por tempo indeterminado, a produção em Rondonópolis. A indústria frigorífica Superfrigo, que atua em Rondonópolis desde 1999, anunciou a suspensão da sua produção na cidade, dando aviso-prévio para quase 400 funcionários. A empresa não está sendo fechada, mas a demissão em massa gera preocupação, considerando que a indústria Santana Textiles, conforme noticiado ontem pelo Jornal A TRIBUNA, também está desativando a produção na cidade.
A sede do Superfrigo fica na Rodovia BR-364, saída para Pedra Preta, com exportação para diversos países. O gerente administrativo do frigorífico, Evandro Félix Polli, explicou ao Jornal A TRIBUNA que a suspensão da produção é motivada pela falta de bovinos para o abate e pela alta carga tributária. Segundo informado, Mato Grosso vem sofrendo com a falta de animais suficientes para o abate interno. “Infelizmente, matou muita fêmea no passado, reduziu os animais de reposição e hoje faltam bovinos”, explicou.
Com a planta industrial em grande parte ociosa, Evandro destaca que há um alto custo de manutenção das atividades, com pagamento de funcionários e custos como energia. “A conta não fecha!”, justificou o gerente. O Superfrigo tinha 400 funcionários e, desse total, foi mantida apenas uma minoria, nos setores de RH, manutenção, pátio e administrativo. Apesar de não estar encerrando as atividades em definitivo, ele ressalta que não vislumbra melhoras em curto prazo no setor, com a normalização da oferta de bovinos para o abate.
Em situação normal, o referido frigorífico abatia em torno de 600 cabeças de gado ao dia. Os funcionários do Superfrigo receberam aviso-prévio no fim do mês passado, com a homologação da rescisão do contrato e, agora, com o pagamento da rescisão. “O que o governo podia fazer era diminuir a carga tributária”, avaliou o gerente.
Mesmo com a situação atual, o gerente administrativo externou que tem a esperança que, futuramente, a empresa retome a produção em Rondonópolis, assim que a oferta de bovinos no Estado seja normalizada.
Segundo apurado pela reportagem, vários outros frigoríficos enfrentam a mesma situação em Mato Grosso, com várias unidades também suspendendo a produção por tempo indeterminado.
