Diversas ações em todo o Mundo marcam hoje o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (02/04). Em Mato Grosso, a Assembleia Legislativa do Estado promoverá nesta quinta-feira, às 19h, uma audiência pública para estar discutindo as dificuldades que pais e pessoas com autismo sofrem em âmbito estadual. A discussão é realizada em parceria com a Associação dos Amigos dos Autistas de Cuiabá (AMA) e faz parte da semana estadual de conscientização e reflexão sobre o autismo. Alguns pais de crianças autistas de Rondonópolis vão participar da audiência.
Em entrevista ao Jornal A TRIBUNA, a psicóloga Érica Rezende Barbieri, mãe de uma criança autista de 09 anos de idade, que participará da audiência pública, explica que a grande dificuldade hoje em Rondonópolis é a ausência de um centro especializado para tratamento do autismo. Em caso de diagnóstico, a profissional observa que os pais ficam desamparados no setor público. “O nosso desejo, sonho, é que tenhamos um centro especializado para atendimento do autista”, reforça.
Para quem não sabe, Érica informa que o autismo é uma síndrome caracterizada por alterações que se manifestam na interação social, na comunicação e no comportamento. Ela observa que, hoje, as estatísticas indicam que 1% da população é autista, ou seja, nasce com transtorno do espectro autista. A profissional chama a atenção para o aumento de incidência da síndrome ao longo dos anos. Hoje diz que o autismo possui uma incidência maior que câncer, diabetes e aids juntas. A maior incidência é em meninos, sendo de 04 meninos autistas para 01 menina autista.
Com o passar dos anos, Érica relata que as dificuldades dos pais e pessoas com autismo continuam as mesmas em Rondonópolis, havendo um avanço na redução do preconceito por parte da população. Uma das conquistas nos últimos anos, em âmbito nacional, foi a lei do autista, a lei 12.764, de 27 de dezembro de 2012, a chamada Lei “Berenice Piana”, que trouxe o reconhecimento dos direitos das pessoas com transtorno do espectro autista.
Por ocasião desse Dia Mundial de Conscientização do Autismo, Érica enfatiza ainda a necessidade de haver o diagnóstico precoce. “A gente precisa estar alerta a esses sintomas (veja quadro nesta página). Quanto mais cedo a intervenção vier, maiores são as possibilidades de desenvolvimento da criança autista”, destacou.
Conheça os sintomas do autismo
Apesar de os sintomas serem particulares em cada indivíduo, existem alguns que podem detectar facilmente a presença de autismo, como por exemplo:
– A criança não mantém contato olho no olho por mais de 2 segundos
– Não responde pelo nome, não se interessa por outras crianças
– Olha para o vazio e anda ao acaso pelos espaços
– Não olha para o objeto que você aponta
– Não brinca de faz-de-conta (como falar ao telefone ou dar de comer a uma boneca)
– Não brinca corretamente com os brinquedos (com a devida função do brinquedo)
– Faz movimentos estranhos com as mãos na frente do rosto
– Nâo aponta com o indicador para pedir algo ou mostrar algum interesse
– Usa as pessoas como instrumentos (pegando na mão do adulto e o levando para executar algo)
– É muito sensível a ruídos (alguns chegam a tapar os ouvidos)
– Não sorri como resposta às suas expressões faciais, entre outros
A criança que apresentar de duas a três características como essas devem ser levadas ao médico para uma opinião clínica.
