As discussões acerca do estacionamento rotativo pago (Zona Azul ou Rotativo Rondon) continuam em Rondonópolis. Conforme sondagem feita pelo Jornal A TRIBUNA, entidades de classe e empresários da região abrangida pelo estacionamento rotativo nas vias públicas da cidade apoiam o sistema, mas consideram alto o valor cobrado pela hora (R$ 2,50/carros e R$ 1,25/motos) e inadequado o tempo de permanência na mesma vaga (no máximo 02 horas). Não há consenso ainda se o sistema trouxe aumento ou não nas vendas do comércio, segundo a sondagem.
O empresário Sebastião Pereira Buquigaré, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Rondonópolis e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rondonópolis (CDL), é um dos que acredita que o Rotativo Rondon ajudou a aumentar as vendas. “Foi uma das melhores coisas feitas pela Prefeitura!”, afirma o empresário, dizendo que o sistema resultou em um expressivo fomento nas vendas. Agora, ele observa que o sistema não tem agradado gerentes e funcionários de lojas, pois os mesmos não podem mais deixar os veículos ao longo do dia nas ruas. Contudo, Buquigaré observou que existem alguns transtornos inerentes à fase inicial do sistema e que são passíveis de serem corrigidos. Ele disse à reportagem que, para o bem de todos, seria interessante que o valor da hora do estacionamento passasse para R$ 2,00/carros e R$ 1,00/motos. “Se pudesse baixar o preço, seria interessante pelo menos nessa fase inicial”, sugeriu.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rondonópolis (CDL), Neles Walter Ferreira de Farias, externou ao Jornal A TRIBUNA que conversou com alguns empresários da região abrangida pelo Rotativo e que eles também dizem que o sistema está fomentando o comércio. No entanto, externou que os comerciantes estão reclamando que o valor da hora estacionada está alto e que, além disso, entendem ser necessário o aumento do tempo de permanência na mesma vaga sem emissão de notificação para 03 horas. Neles enfatiza que os comerciantes acreditam que o tempo máximo de 02 horas em cada vaga é insuficiente para fazer as compras com tranquilidade. “As pessoas vão para as compras preocupadas em trocar o carro de lugar em até duas horas”, repassa.
Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Rondonópolis, Almir Batista de Santana, analisou ao Jornal A TRIBUNA que não se pode dizer que o Rotativo Rondon trouxe algum reflexo nas vendas dos comerciantes, até porque o País vem vivendo um período econômico bastante complicado. Além disso, reforça o coro de que o sistema precisa de adequações. Ele entende que os valores cobrados pela hora do estacionamento são caros e que o tempo de permanência na mesma vaga é escasso. Almir observa que muitas pessoas vão várias vezes ao Centro por dia e que esses valores acabam pesando no bolso. Para ele, o ideal seria cobrar R$ 1,00 pela hora e permitir a permanência por até 03 horas na mesma vaga sem incidência de notificação.
Além de diretor da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis (ACIR), Aluísio de Castro Lessa atua no grupo que inclui as lojas Joá Modas, Peg Lev e Flamboyan. “A zona azul tem uma importância muito grande para o comércio por oferecer disponibilidade de estacionamento aos clientes”, analisa. No entanto, afirmou à reportagem que é muito prematuro atribuir o aumento de vendas que o grupo teve em janeiro à implantação da zona azul na cidade. Mesmo assim, acredita que a oferta maior de vagas para estacionar vai fomentar o comércio dentro em breve, uma vez que já recebeu relatos de clientes que haviam deixado de comprar no Centro e agora avaliam positivamente as mudanças feitas. “A cidade precisava [da zona azul], não tinha condições de ficar como estava”, analisa.
Aluísio Lessa também reforça que entende que o valor cobrado pela hora no estacionamento rotativo nas vias públicas teria de ser discutido melhor com a categoria. Ele avalia que a hora a R$ 2,50/carro é um valor alto. Por outro lado, argumenta que não deveria haver limitação de tempo para os usuários pagantes no sistema, pois gera muitos transtornos aos clientes. “Já que a pessoa está pagando deveria ficar quanto tempo ela quiser”, analisa.