Sem vaga, paciente corre risco de morte

A saúde em Rondonópolis está cada diz mais preocupante. Desta vez, uma paciente vítima de queimaduras pelo corpo teve seu caso agravado e corre risco de morte em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Rondonópolis (HRR), por não obter a tempo uma vaga em um hospital de referência em queimados. Karen Cristina Marcos Fadoni, que tem 26 anos e sofre de problemas mentais, foi vítima de uma explosão de gás na madrugada do dia 3 em sua residência e encaminhada para o HRR. Desde então aguardava uma vaga em Cuiabá, o que não foi possível.
Segundo o defensor público Valdenir Pereira, que acompanha o caso, a central de regulação não conseguiu uma vaga para a paciente, mas a própria família obteve uma vaga no Hospital de Referência de Queimados de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. “Infelizmente, a vaga veio tarde demais”, lamentou.
O defensor trabalhava para obter o transporte em UTI móvel para a paciente quando o quadro de saúde da mesma se agravou. Ela adquiriu uma pneumonia e, na tarde de ontem (11), apresentava quadro grave com risco de morte.
“Já estávamos estudando, até mesmo utilizar meios judiciais para obter uma UTI aérea para levar a paciente até Campo Grande, quando o hospital informou que a gravidade do quadro não permite mais que a paciente seja transferida”, explicou. Ainda, de acordo com o defensor público, somente em caso de melhora no quadro da paciente, é que a transferência poderá ser feita.
Na semana passada, o menor Irenildo da Silva Xavier, de 6 anos, teve morte cerebral no Hospital da Infância de Barretos, após passar mais de cinco dias aguardando uma vaga em uma UTI pediátrica. A espera agravou o quadro da criança, que não pode mais retirar um tumor no cérebro. Irenildo deu entrada no HRR em 31 de dezembro, quando foi diagnosticado a necessidade urgente de uma cirurgia para a retirada de uma tumor no cérebro, porque a criança corria risco iminente de morte, conforme laudo médico.
A vaga somente foi obtida após a intervenção da Defensoria Pública, que conseguiu uma liminar na Justiça determinando que o Estado promovesse a transferência do menor para uma UTI pediátrica fora do Estado de Mato Grosso, e o transferisse por meio de UTI aérea.