A fundação do Rotary em Rondonópolis

Hoje, Rondonópolis conta com cinco clubes de Rotary Internacional, se constituindo no maior quadro do Distrito 4440, que abrange todo o território de Mato Grosso, com cerca de 180 rotarianos, e com uma extensa folha de serviços prestados ao município, onde costumeiramente se afirma que as duas histórias se confundem. Mas tudo isso tem um início e esta reportagem tem o objetivo de resgatar um pouco dessa história, quando o A TRIBUNA teve a oportunidade de ouvir o senhor Ari Scavassa, que foi gerente da agência do Banco Real, em Rondonópolis, no já longínquo ano de 1967, ou seja, durante a histórica década de 60, aquela que se notabilizou por profundas transformações e conquistas da humanidade.
Ari Scavassa, nascido aos 6 de setembro de 1941, hoje aposentado, atualmente reside em Guararapes-SP, sua cidade natal, marcou sua vida profissional como funcionário do Banco Real S.A., desde os tempos em que era conhecido como Banco da Lavoura.
Em sua produtiva carreira no Banco Real, começou em 1955 como “office boy”, tendo se aposentado dentro do próprio Banco, como gerente, na importante agência de Araçatuba-SP, já nos anos 80.
Em Rondonópolis, ele chegou em 13 de novembro de 1967, como gerente, sendo que, no Estado de Mato Grosso já havia passado pelas agências de Cáceres e Cuiabá.
Sempre de fácil trato e amizade com as pessoas, logo se integrou no convívio com nossa sociedade da época, tendo recebido o honroso convite para ingressar no Lions Clube (que também tem um rol de serviços prestados a Rondonópolis, através dos seus dois clubes); porém, como já tinha sido rotariano desde sua passagem por Cáceres, resolveu, “na companhia de grandes e inesquecíveis amigos”, fundar o Rotary Clube de Rondonópolis.
E é Ari que narra como tudo ocorreu: “Foi uma das mais gratificantes empreitadas, contando com a ajuda do Rotary de Cáceres, aliás, clube padrinho do Rotary Rondonópolis, que nos enviou o companheiro Walter Fernandes Fidélis, que veio à nossa cidade especialmente para auxiliar na fundação do novo clube, tendo ainda ido buscar nos demais bancos da cidade, no comércio, na indústria e entre profissionais liberais, pessoas de alto gabarito moral, com tino filantrópico e bem querer, para integrar a primeira diretoria”. E Ari lembra os nomes dos seus companheiros: Arlindo Ratto, Walter Ulysséia, Waldevino Alves, Alael de Matos. E assim, na histórica data de 22 de maio de 1968, foi realizada a primeira reunião festiva de fundação do Rotary Clube de Rondonópolis, tendo como presidente, Walter Ulysséia; vice, Djalma Pimenta; secretário, Odil Ferreira; diretor de protocolo, Álvaro Pereira Nunes; diretores sem pasta, Pedro Carloni, Pedro Cauhy e Conrado Salles de Brito.
Emocionado, Ari Scavassa, que foi empossado no cargo de tesoureiro, com brilho nos olhos marejados, relembra, com riqueza de detalhes, aquela memorável noite, como se hoje fosse. Realmente, um acontecimento que ficou registrado na rica história da sociedade de Rondonópolis. E ele tem guardado consigo a carta de agradecimento pela fundação do Clube, que lhe foi enviada, à época, pelo então governador do Distrito 451, Taketoshi Higuchi, cidadão emérito da cidade paulista de Valparaíso, vizinha de Guararapes, “onde foi um dos melhores prefeitos”, destaca orgulhosamente o Ari.
E ainda, com voz embargada, ele fala das grandes promoções que o clube realizou em Rondonópolis, ainda no início da sua fundação, sempre com o intuito de bem servir a comunidade, e dentre elas, a épica campanha para construção da Santa Casa de Rondonópolis, que hoje se constitui no principal hospital da região.
Como a carreira de bancário sempre sujeita às pessoas à mudanças repentinas, Ari Scavassa, em 12 de maio de 1970, voltou para o Estado de São Paulo, mas esse seu legado guarda com todo zelo, através de fotos da época e a cópia da carta de reconhecimento do Governador do Distrito 451, e acrescenta humildemente que, com ele ou sem a presença dele e demais companheiros, a fundação do Rotary Rondonópolis teria acontecido de qualquer maneira, mais dias ou menos dias, e que se orgulha de ter feito parte da história desse grandioso clube, que considera ser o filho natural que não pode ter.
Ari destaca ainda que, o prazer em servir a comunidade herdou de seu saudoso pai, Antônio Scavassa, que recebeu voto de Aplauso da Câmara Municipal de Araçatuba-SP, por relevantes serviços prestados à comunidade araçatubense.
Concluindo esta reportagem, Ari Scavassa aproveita para mandar seu abraço sincero aos velhos amigos de Rotary, que permanecem no seio da comunidade rondonopolitana, dentre eles, Djalma Pimenta, José Moraes Filho (Beda), Júlio Yoshiy, Leonir R. da Silva, Oswaldo Pinto, Pedro Cauhy e  aos que partiram para outra dimensão, deixando saudades: Badie Dib, Eutímio de Matos, Geraldo Malvezzi, Ildon M Peres, José H. Amâncio, Luiz J. Cristóvão, Wilson Ferrari – “cuja esposa dona Nair, fazia uma pasta alho e óleo que era um manjar dos deuses”, recorda -, e aos ex-colegas de Banco: José Fontes Filho, Nelson P. Lopes, Rosalvo Aguiar (falecido) e ainda inclui o saudoso padre Miguel.
Ari deixa também registrado sua profunda admiração pela projeção que o Rotary Clube de Rondonópolis alcançou no cenário nacional – quando completa justamente hoje 44 anos de fundação, “onde figura como uma das mais brilhantes estrelas dentre a magnífica constelação de Rotary Clubes espalhados por este imenso Brasil”. E se coloca à disposição de todos os amigos e companheiros, que queiram  manter contato com ele, através do seu e-mail: [email protected].