Família tem barraco incendiado

Um dia depois de ter sido agredida e ter a casa incendiada, a família da dona de casa Lucinete de Souza, de 38 anos de idade, garimpava ontem nos escombros o pouco que sobrou do incêndio que destruiu tudo o que a família tinha. O fato ocorreu na noite de terça-feira (22).
Conforme o relato da vítima, estavam no interior do pequeno barraco de madeira de 16 m2, localizado na Rua Congonhas, ela, o marido Antônio Santana dos Santos, de 37 anos, um filho menor de oito anos e mais velho, de 17 anos, que está sendo apontado como o pivô de toda a situação.
Segundo a moradora, a família já se preparava para dormir quando chegaram quatro pessoas em duas motos – dois homens e duas mulheres. Um deles estava armado com um revólver e chegou a efetuar pelo menos quatro disparos.
Ainda conforme o relato, essas pessoas invadiram o barraco, agrediram  Antônio Santana na  cabeça e no corpo e ele desmaiou. Os agressores passaram então a agredir Lucinete e chegaram a dar chutes na criança de oito anos. O filho mais velho de Lucinete e enteado de Antônio, estava no banheiro e, ao perceber a invasão do barraco, fugiu pelos fundos, entrando no matagal. No entanto, a fuga do rapaz foi percebida e houve  disparos em sua  direção. Por sorte, ele não foi atingido. Os indivíduos estavam armados com facas, facão e revólver e, segundo disseram, estariam no local para matar o filho de Lucinete.
A razão para a violência, conforme a dona de casa, é que o seu filho teria tido um caso com a ex-amásia de um dos agressores, chegando inclusive a ter um filho com ela. Na época dos fatos, o rapaz teria cerca de 13 anos de idade e hoje está próximo de completar 18.
Antes de deixar o local, o grupo ainda ateou fogo no pequeno barraco que foi completamente consumido pelas chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado mas, devido a intensidade das chamas, nada pode fazer a não ser impedir que o fogo se propagasse para outros terrenos e construções.
AJUDA SOLIDÁRIA
Ontem, a reportagem do A TRIBUNA esteve no local e pode perceber  gestos de solidariedade da comunidade local.
Como o barraco incendiado fica nos fundos da Igreja e da creche do Jardim Vila Rica, a primeira ajuda veio da Igreja. No entanto, vizinhos se compadeceram da situação e disponibilizaram alguma ajuda à família, já que Antônio Santana tem problemas de saúde e não pode trabalhar.
Conforme Lucinete de Souza, representantes da Secretaria de Ação Social colheram informações sobre a família e prometeram ajuda.
Outro que também manifestou disposição em ajudar foi o presidente da Associação de Moradores do Bairro.
Em um gesto de solidariedade, a dona de casa Nilva Pereira dos Santos se deslocou a pé do Residencial Santo Antônio  até a Vila Rica e esteve no barraco fazendo a doação de um cobertor novo à família.
Um outro morador das imediações também disponibilizou um cômodo nos fundos de sua casa para abrigar a família, enquanto a mesma está procurando  meios para reconstruir a moradia.
A família de Lucinete perdeu tudo e vai precisar de toda ajuda possível, em gêneros alimentícios, roupas, móveis, material de construção, telhas, tijolos, madeira, cimento, etc.
Interessados em ajudar a família podem procurá-la  na Rua Congonhas, nos fundos da Igreja e da creche do Jardim Vila Rica, nos fundos do antigo aeroporto.