A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT) reuniu ontem a imprensa, a fim de esclarecer à população os fatos que envolveram um jovem de 20 anos, morador do município de Sorriso, que estuda em Havana, e que esteve em monitoramento desde o último sábado (9), quando reportou ao piloto do avião em que viajava que estava passando mal.
Após procedimentos adotados pela tripulação do avião, o jovem foi encaminhado ao Hospital Universitário Julio Müller, hospital de referência para o tratamento da Influenza A (H1N1). A infectologista Márcia Hueb, membro do Comitê de Enfrentamento da Influenza A, do hospital, disse que o exame clínico do paciente constatou que os sintomas apresentados por ele (dores musculares, tosse e diarréia) não definem um caso suspeito de Influenza A, portanto não estavam dentro das características dos sintomas da doença.
Os sintomas que definem um caso suspeito são: febre alta de maneira repentina (maior que 38 graus centígrados) e tosse, podendo estar acompanhadas de dor de cabeça, dificuldade respiratória por até dez dias, especialmente após sair de países que reportaram casos da Influenza A (H1N1), e dores nas articulações. Além do fato de ele não ter passado por nenhum país afetado, esses fatores são contribuintes para o total descarte do caso. O jovem foi liberado e não apresenta nenhum sintoma da doença. Para as autoridades sanitárias do Estado é um caso descartado.
O jovem permaneceu no sábado por duas horas no aeroporto de Lima, Peru, passando pelos aeroportos de São Paulo e Brasília, chegando no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande às 9h. O Estado de Mato Grosso, segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Maria Conceição Vila, vem adotando todos os procedimentos recomendados pelo Ministério da Saúde no enfrentamento à doença. “A Secretaria de Estado de Saúde já possui medicamentos para tratamento de casos suspeitos, material para coleta de exame para diagnóstico, e os hospitais de referências para os casos suspeitos e confirmados são o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá e o Hospital Universitário Julio Müller”, informou.
A coordenadora de Portos e Aeroportos de Fronteira da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Mato Grosso, Edneusa Belarmino de Lima, disse que todos os procedimentos adotados no atendimento ao jovem foram corretos e seguiram os protocolos do Ministério da Saúde. Sobre as máscaras, ela esclareceu que toda aeronave deve ter em números suficientes para toda a tripulação, mas quando há um caso suspeito, o indivíduo deve ser encaminhado para uma poltrona separada e a máscara deve ser distribuída às pessoas que ficaram próximas da pessoa.
“Caso haja duas intercorrências no mesmo vôo, com pessoas passando mal na parte da frente e na parte traseira do avião, aí sim todos os passageiros devem usar máscaras”, orientou Edneusa Lima. Ela informou ainda que o MS mantém informativos sobre a doença e procedimentos em várias línguas, para os viajantes, e que os portos e aeroportos continuam em situação de alerta com informações. O Estado de Mato Grosso continuará seguindo todas as informações e determinações do Ministério da Saúde ao enfrentamento à Influenza A (H1N1).
