A redução acentuada no preço da soja no mercado internacional e o endividamento agrícola fizeram parte da pauta de reuniões desta quarta-feira (03/02) em Brasília entre diretores da Aprosoja/MT, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, se comprometeu a buscar uma solução para o endividamento rural. O posicionamento foi dado após a apresentação sobre a situação da dívida agrícola dos produtores mato-grossenses feita pelo presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, e pelo coordenador da Comissão de Endividamento da entidade, Ricardo Tomczyk.
O setor espera por medidas que leve o produtor endividado ou inadimplente a ter condições de honrar com o pagamento das suas parcelas, já que os empréstimos feitos via (Fundo de Financiamento para o Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame) estão sendo renegociados há cinco anos, sem uma solução definitiva. “Hoje, a parcela de pagamento cujo valor foi renegociado, chega a ser maior que a prestação para aquisição de uma nova máquina. Sem uma readequação, o produtor não pode fazer novos investimentos e ainda tem que ficar com uma máquina desgastada”, pontua Glauber.
Coutinho informou que agendará reuniões com os ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento, e com bancos públicos e privados visando um consenso para reduzir os impactos negativos ao setor rural. Participaram da reunião no BNDES, o senador Gilberto Goellner (MT), o deputado federal Carlos Abicalil (MT), o senador Valter Pereira (MS), os deputados Moreira Mendes (RO) e Luis Carlos Heinze (RS).
Ainda em Brasília, o presidente da Aprosoja/MT se reuniu com o secretário de Política Agrícola (SPA), do Mapa, Edilson Guimarães. No encontro, Glauber reiterou o pedido da entidade, já feito no ano passado, para que o governo apóie a comercialização da soja da safra 2009/2010.
“Hoje, o estado contabiliza perda de cerca de R$ 3 bilhões de receita em relação à safra 2008/2009, o que poderá inibir os investimentos e gerar desemprego. No município de Sinop, a perda está em R$ 1 por saca”, pontua o presidente da Aprosoja/MT. Para que a alta do câmbio pudesse anular essa queda na receita, o dólar deveria estar valendo pelo menos R$ 2.
Com um custo operacional médio de R$ 24,58 por saca, e entrega da soja para março, hoje as regiões Oeste, Médio-Norte e o Norte do estado já estão no vermelho por conta da queda no preço do grão e do aumento nos custos, principalmente o de transporte.
