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, 21 maio 2024
 
 

Famílias vivem em situação vexatória

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Depois de 01 ano da criação do loteamento “Alfredo de Castro Araújo”, no fundo da Vila Paulista, ainda falta quase tudo para as centenas de famílias do local. Distante cerca de 10 quilômetros do centro comercial, o loteamento foi criado em setembro de 2011 pelo próprio poder público municipal contrariando a legislação que prevê que loteamentos e residenciais somente podem ser abertos com a devida estrutura básica, como asfalto, rede de esgoto, rede de água e iluminação pública. O retrato de pobreza ainda é uma realidade no local.
Nestas eleições, alguns candidatos a vereador em campanha por votos se surpreenderam com a situação de miséria de muitas famílias do loteamento. Profissionais que prestam serviços no local também ficam admirados com a falta de estrutura. Inclusive, a prática de criação desse tipo de loteamento foi alvo de críticas severas pelo candidato a prefeito eleito Percival Muniz, que considerou inadmissível colocar famílias em meio ao nada e distantes da cidade, como se fossem “bichos do mato”.
Nesse período de um ano, a reportagem do Jornal A TRIBUNA constatou que o número de famílias na região aumentou grandemente, com a instalação de outro loteamento nas imediações: o “Ananias Martins de Souza”. A estrutura urbana dos dois loteamentos hoje são praticamente as mesmas. Os loteamentos receberam rede de água encanada, rede de energia elétrica e iluminação pública. Alguns serviços públicos começaram a ser disponibilizados, como coleta de lixo e transporte coletivo, ainda assim de forma insuficiente.
Muitas casas de alvenaria foram construídas e fazem parte do cenário dos dois loteamentos. No entanto, os moradores reclamam que essas moradias de alvenaria foram erguidas por aquelas famílias que tinham condições financeiras de fazê-lo. O que predomina ainda no local são barracos improvisados, com lona, tábuas e outros materiais mais simples. Na seca, enfrentam o calor escaldante do cerrado e, nas chuvas, os inconvenientes dos ventos fortes, goteiras e barro.
Um dos problemas estruturais mais críticos nesses loteamentos tem sido a situação das ruas. São tantos buracos e canos estourados que fica difícil trafegar com automóvel (Confira abaixo as principais deficiências apontadas por moradores). Para piorar a situação, a falta de rede de esgoto coloca nas ruas a água servida dos barracos e casas. A falta de iluminação pública entre os loteamentos e a MT-270 faz da escuridão mais um problema na via de acesso. Estruturas como creches, escolas e postos de saúde são apenas um sonho.

Moradores reclamam de promessas não cumpridas

Um ano depois de serem instaladas a cerca de 10 quilômetros do centro da cidade, as famílias dos loteamentos “Alfredo de Castro” e “Ananias Martins” reclamam que a promessa de construção das casas pelo poder público ainda não foi cumprida. Foi garantido que quase 400 casas, em uma primeira etapa, começariam as ser construídas poucos meses após o início da abertura do Alfredo de Castro, mas elas atualmente ainda estão na fase inicial.
Elisabete Nascimento está no loteamento “Ananias Martins” desde o seu começo. Para ela, o local não melhorou praticamente nada. “Está da mesma forma que a gente entrou!”, diz, lembrando apenas da instalação da água e da energia elétrica. “Precisa melhorar mais o policiamento, com mais rondas, além das ruas devido à péssima situação”, acrescenta. Ainda hoje vive em um barraco e lamenta a demora na construção das casas pelo poder público.
Rosa Maria da Silva está desde o início no loteamento “Alfredo de Castro”. A moradora atesta que falta muita coisa a ser melhorada no local. “A casa que eles prometeram até agora nada…”, externou, informando que agora começaram a construir apenas algumas moradias. Na época de ventania, relata que fica com medo. “Falta arrancar tudo”, externa a moradora. Também reclamou da grande quantidade de canos estourados, piorando a trafegabilidade das ruas.
Mayleila Márcia de Oliveira também vive em um barraco no “Alfredo de Castro”, como a grande maioria. “Como a gente vai construir? A gente ganha salário mínimo…”, relata. “Só melhoraram a luz e a água. O resto continua a mesma coisa”, avaliou. Ela critica a grande quantidade de buracos nas vias, o desperdício de água com canos estourados, entre outros. Ao menos um posto de saúde ela acredita que os loteamentos deveriam dispor.
Por sua vez, a moradora Aleane Santana Alves de Morais, do “Alfredo de Castro”, avalia que precisa ser providenciada a iluminação pública de acesso ao loteamento, que faz a ligação com a rodovia MT-270. Ela lamenta o problema dos canos estourados e a falta de posto de saúde e de creche. Lembra ainda promessa das casas pelo poder público: “Estamos todos na espera e até agora nada”.

Prefeitura alega problemas burocráticos para atraso em casas

Dotar da devida infraestrutura os loteamentos “Alfredo de Castro” e “Ananias Martins” tem sido um grande desafio para a gestão municipal. O secretário municipal adjunto de Infraestrutura e Habitação, Paulo José Correia, explicou ao Jornal A TRIBUNA que o atraso na construção das casas prometidas no local ocorreu principalmente devido a problemas na parte burocrática.
Mesmo assim, Paulo José informou que o projeto para construção de casas de alvenaria nesses dois loteamentos continua em andamento. O secretário explicou que o projeto geral prevê a construção de 1.143 casas, em três etapas. A primeira etapa são 389 casas. Conforme ele, trata-se de um projeto em parceria entre a Prefeitura, Governo do Estado e Governo Federal, através da Caixa Econômica.
O secretário atesta que a construção das casas começou no residencial, mas que o ritmo nas obras está devagar devido à falta da contrapartida por parte do Governo do Estado. Nessa primeira etapa, ele diz que a contrapartida do Estado é de R$ 3 milhões, divididos em três parcelas. No geral, a contrapartida do Estado é de R$ 9 milhões.
Paulo José enfatizou que melhorias como rede de água e energia elétrica foram levadas à localidade e que a Prefeitura, de forma gradativa, vem procurando dota-la de infraestrutura. A intenção, por exemplo, é asfaltar a ligação entre a MT-270 e os loteamentos quando da viabilização do projeto de construção de um outro residencial na região, com toda estrutura básica.
Outros projetos que a Prefeitura vem buscando viabilizar junto a Cuiabá e Brasília – mas que não estão garantidos ainda – são para obras de drenagem e asfalto nos loteamentos em questão. Também está protocolado projeto para construção de uma escola infantil na região, mas, da mesma forma, não está garantido.
A informação repassada à reportagem é que equipes da Assistência Social do município sempre estão monitorando os loteamentos “Alfredo de Castro” e “Ananias Martins”.

Área invadida deve ser desocupada

Um novo problema social surgiu na região dos loteamentos “Alfredo de Castro” e “Ananias Martins” com a invasão de uma área. Cerca de 300 famílias invadiram uma área pública há cerca de quatro meses. Os

Área invadida deve ser desocupadaMárcio Sodré
Da Reportagem
Um novo problema social surgiu na região dos loteamentos “Alfredo de Castro” e “Ananias Martins” com a invasão de uma área. Cerca de 300 famílias invadiram uma área pública há cerca de quatro meses. Os moradores denominaram a localidade de “Acampamento Conquista”.
A informação é que a área invadida destina-se à construção futura de posto de saúde e escola, portanto, uma área de equipamento comunitário. Em situação de extrema vulnerabilidade, a chegada dessas famílias piorou a situação social da região. A informação é que essas famílias vão ser reassentadas em uma outra área após a Cargill.

moradores denominaram a localidade de “Acampamento Conquista”.
A informação é que a área invadida destina-se à construção futura de posto de saúde e escola, portanto, uma área de equipamento comunitário. Em situação de extrema vulnerabilidade, a chegada dessas famílias piorou a situação social da região. A informação é que essas famílias vão ser reassentadas em uma outra área após a Cargill.

 

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