Os três candidatos a prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), Ananias Filho (PR) e Juca Lemos (PT) assinaram, ontem, o compromisso de fazer gestão para que as reivindicações expressas na “Carta de Rondonópolis” se tornem realidade. O compromisso foi firmado no auditório da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis (Acir), durante a retomada das discussões iniciadas no 1º Fórum de Imprensa sobre Segurança Pública em Rondonópolis, realizado em 2009, que resultou na elaboração do documento denominado de “Carta de Rondonópolis”.
Preocupados com os altos índices de criminalidade em Rondonópolis, profissionais de imprensa e o Gabinete de Gestão Integrada em Segurança Pública (GGI) retomaram o fórum. Uma outra reunião já está agendada para o próximo dia 7 de agosto, no anfiteatro da UFMT, a partir das 8 horas, onde se buscará o envolvimento da classe estudantil na luta por melhores condições de segurança. Além disso, irá se discutir diretrizes para que os itens citados na Carta sejam cumpridos em sua totalidade.
O jornalista Eduardo Ramos, representante do 1º Fórum de Imprensa sobre Segurança Pública, realizado em 2009, disse à reportagem que considerou positivo os resultados alcançados durante a reunião ocorrida ontem. “Primeiro, que ficou claro que conseguimos reativar a luta pelos itens da Carta que ainda não foram atendidos. Além disso, independente do candidato que ganhar a eleição, nós teremos um que firmou o compromisso de trabalhar pelas reivindicações para melhoria da segurança da nossa cidade. Compromisso este que toda a imprensa vai se organizar para cobrar soluções efetivas junto com a sociedade”, explicou Eduardo Ramos.
Conforme o jornalista, o momento que os candidatos se comprometeram em assinar o compromisso com a “Carta de Rondonópolis” foi propício em razão da campanha política. “É um período em que os políticos estão mais sensíveis aos pedidos da sociedade e também serve para que eles conheçam verdadeiramente os anseios da população”, considera.
TRANSFERÊNCIA DE PRESOS
O secretário executivo do CGI em Rondonópolis, Nildeson Cândido da Silva informou à reportagem que, durante a retomada das discussões da “Carta de Rondonópolis”, os políticos presentes se comprometeram a intervir politicamente para que a cidade não receba presos transferidos da Capital.
No começo deste mês de julho, o GGI anunciou que a Secretaria de Estado de Segurança Pública, por meio da superintendência de Gestão Penitenciária da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), cogitava a transferência de pelo menos 300 presos das unidades prisionais de Cuiabá para a Penitenciária “Eldo Sá Correa”, a Mata Grande, em Rondonópolis.
A notícia preocupou a sociedade e então o GGI levou a questão para ser discutida no Fórum Sobre Segurança realizado ontem no auditório da Acir. Segundo Nildeson Cândido, a entidade não poderia interferir na decisão de transferência dos presos, uma vez que é uma determinação do Estado, mas que chamaria a sociedade para a discussão.
Após anunciada a vinda de presos transferidos da capital, o promotor de Justiça Henrique Schneider, titular da 5ª Promotoria Criminal de Rondonópolis, ouvido pela reportagem, disse que a quantidade de presos das unidades prisionais de Cuiabá que seria encaminhada para o presídio da Mata Grande, em Rondonópolis, ao contrário do que foi repassado por membros do GGI e do Conselho de Segurança, seria de 100 detentos. A transferência, segundo Schneider, atenderia um pedido do secretário Paulo Lessa, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) feito ao juizado criminal da Comarca de Rondonópolis.
A permanência dos presos na cidade seria de apenas 60 dias, até que sejam finalizadas as obras da unidade prisional do município de Pontes e Lacerda. O pedido foi acatado mediante a existência de vagas no presídio da Mata Grande e deveria ocorrer de forma progressiva.
