A obra de expansão da ferrovia, com os trilhos que hoje chegam até Rondonópolis sendo levados até Cuiabá e Lucas do Rio Verde, município do médio norte do Estado, já é uma realidade o seu início.
Lançada no dia 7 deste mês, a expansão dos trilhos da ferrovia a partir do Terminal Intermodal de Rondonópolis, que é hoje o maior da América Latina, tem a previsão inicial de que o primeiro trecho que irá até Cuiabá estará concluído, e em funcionamento, em 2025; enquanto a operação no trecho Cuiabá a Lucas do Rio Verde deverá começar três anos depois, em 2028.
Recentemente, o A TRIBUNA trouxe uma reportagem com o economista Luís Otávio Bau Macedo, professor associado do curso de Economia da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), na qual ele afirma que o projeto de expansão da ferrovia rumo ao norte do Estado significará redução expressiva do valor adicionado local, gerando queda de arrecadação.
Aliás, há vários anos o A TRIBUNA já vem alertando que mais dia menos dia os trilhos da ferrovia seguiriam rumo à região norte do Estado, que é uma grande produtora de grãos. E que esta expansão, que se mostrava inevitável com o passar dos anos, poderia representar queda de arrecadação e a saída de investimentos em torno do terminal ferroviário, está agora batendo à nossa porta.
Não dá mais para postergar esta discussão, por mais que o Prefeito José Carlos do Pátio insista em afirmar que o município vem se preparando para esse breve futuro e os administradores da Rumo digam que o terminal de Rondonópolis continuará sendo estratégico para a empresa e que continuará ostentando o título de maior da América Latina.
É imperativo dizer que não dá mais para ficar deitado em berço esplêndido esperando o futuro chegar, colhendo os bons frutos do Terminal, que é hoje responsável por quase ¼ da arrecadação do Município de Rondonópolis.
É certo também que as obras de expansão num primeiro momento irão trazer ganhos, pois o projeto prevê construção de viadutos e até uma ponte férrea sobre o Rio Vermelho, o que, com certeza, gerará muitos empregos e divisas. Mas e depois? São muitas as perguntas que pairam no ar.
Temos aí o exemplo do que foi vivenciado na cidade de Alto Araguaia, que entrou em uma decadência econômica quando os trilhos seguiram no passado para Rondonópolis.
Cabe lembrar ainda que o terminal de Rondonópolis ainda tem praticamente 50% de área para ser ocupado e que, com a expansão, pode vir deixar de receber novos projetos.
Por tudo isso, mais uma vez, clamamos pela necessidade urgente de se promover amplos debates e seminários com especialistas, empresários e a sociedade como um todo sobre os impactos da extensão da ferrovia para o Nortão e discutir alternativas para o fortalecimento da nossa indústria, para que a nossa economia não seja tão dependente da ferrovia.
De fato, é preciso discutir muito mais esse futuro e de forma muito técnica e responsável. Zé, precisamos reagir, antes tarde do que nunca!
Precisamos melhorar nossa Infraestrutura primeiro, principalmente nos Distritos Industriais para criar atratividade às empresa que já estão instaladas e outras que poderão instalar-se – Agilizar processos e trabalhar/incentivar para que grandes indústrias e grupos dos mais variados segmentos venham à Rondonópolis-MT. Construir pontes e duplicar avenidas para melhorar a mobilidade da cidade, sincronizar semáforos e revitalizar o centro – Construir trincheiras e viadutos na BR para evitar-se cruzamentos com veículos pesados ( Um exemplo é a trincheira da Vila Mamed ligando direto aos bairros e centro ). Precisamos trazer definitivamente a UNEMAT com sede própria e cursos atrativos, buscar novos cursos para a UFR como já vem ocorrendo juntamente com as Universidades Privadas. Cobrarmos a classe política para que tenhamos novos Hospitais ( Hospital do Amor e Hospital Regional Novo ), e também que possamos ter um hospital universitário. Enfim(…) Alguns fatores que toda grande cidade que presa por desenvolvimento e qualidade têm para que possa ser atrativo morar, estudar e investir numa cidade com esse padrão – Dessa maneira não sofreremos com os trilhos subindo ao Norte do Estado.