Sem entrar no mérito, neste momento, sobre de quem seria a culpa pela situação, que realmente não é a questão principal, é difícil assistir o que acontece com os pacientes oncológicos da Santa Casa, que aguardam pela retomada dos serviços por parte do hospital, enquanto definham vitimadas pelo câncer. Diante de uma situação dramática como essa, pouco importa nesse momento apontar possíveis culpados pela falta de quimioterapias e cirurgias, ou pela dor e desespero de quem sofre com a espera pelo tratamento.
Mas, é desesperador assistir ao drama de pessoas como as duas mulheres entrevistadas pelo A TRIBUNA, em sua edição de ontem, 4, onde contam um pouco do seu drama pessoal enquanto aguardam pela retomada dos procedimentos oncológicos suspensos na Santa Casa. É doloroso ver como a vida dessas pessoas depende do tratamento contra o câncer que simplesmente não está acontecendo. É surreal se imaginar uma cidade com o tamanho e a estrutura na área da saúde que Rondonópolis tem, simplesmente deixar as pessoas morrerem de câncer sem condições de se tratar da doença.
Alguns argumentarão que os serviços devem ser retomados a qualquer momento, que tudo retornará à normalidade, no que não deixam de ter alguma razão. Mas, é preciso deixar claro que cidadão não espera pelo tratamento de uma gripe ou outro mal menor, mas de câncer, uma doença letal e que consome a vida das pessoas acometidas em pouco tempo, sendo fundamental que cada segundo seja aproveitado com o tratamento, diminuindo as dores e combatendo o mal.
Por isso, é preciso que órgãos como o Ministério Público, as secretarias estadual e municipal de Saúde e a própria Justiça entrem no caso, cobrando e auxiliando a Santa Casa na solução do problema, de forma a restabelecer, o mais rápido possível, os serviços oncológicos na unidade.
Depois de resolvida a situação, o que esperamos seja ainda essa semana, talvez seja o momento de se começar a buscar um culpado pela situação, afinal não se pode brincar assim com a vida humana, permitindo ou provocando uma situação onde a população fique sem algo tão essencial como os procedimentos oncológicos.
