O transporte coletivo de Rondonópolis chegou a um ponto de difícil reversão. Entrou em uma trajetória de decadência que não parou mais. Como o setor não teve investimentos suficientes e não acompanhou o crescimento da cidade, os moradores locais foram optando pela condução própria, seja de motocicleta ou automóvel. Além disso, sofreu com a concorrência dos mototáxis e hoje dos motoristas por aplicativos.
Há anos que o Jornal A TRIBUNA vinha falando da ameaça desse setor entrar em colapso em Rondonópolis, mas, infelizmente, a cidade ao longo dos últimos 20 anos não teve uma administração focada em melhorar e avançar o transporte público. Cansada de esperar horas nos pontos de ônibus e com poucas linhas, a população foi dando seu jeito para se locomover.
O sistema que já era pequeno acabou atrofiando. Agora a pergunta que todos fazemos é: ainda há solução para nosso transporte coletivo? A resposta não é muito positiva, considerando que dificilmente uma empresa vai investir em ampliação e renovação da frota, aumento de linhas e outros atrativos se não tem demanda de passageiros. O resultado é que, após três licitações nos últimos dois anos, ninguém se interessou em explorar o serviço.
E olha que as exigências foram diminuídas desde o primeiro processo licitatório. No começo, por exemplo, a empresa vencedora teria que construir 150 novos abrigos para passageiros e ainda três terminais de integração. No último edital, lançado neste fim de 2018, a tarefa de construção dos pontos de ônibus foi assumida pela Prefeitura, na tentativa de tornar menos onerosa e mais atrativa a exploração do serviço.
Agora tudo caminha para que a Prefeitura firme contrato com alguma empresa do setor para que o transporte coletivo ao menos continue existindo em Rondonópolis. Só que, sem investimentos significativos e atrativos, infelizmente, a tendência do setor é cada vez mais perder usuários e, com o tempo, se tornar inviável para alguma empresa operar, o que é péssimo para o nosso trânsito, ainda mais com a perspectiva de Rondonópolis em breve alcançar os 300 mil habitantes…