Comemoramos na próxima terça-feira (01) o Dia Internacional do Trabalho, data que os trabalhadores brasileiros não têm muito a comemorar, visto à instabilidade política e econômica do País, que gerou um número recorde de desempregados e trabalhadores informais, gerando muita insegurança para quem está empregado e desesperança para quem está à procura de trabalho.
Mas a data precisa ser lembrada pelos trabalhadores, não só como forma de reflexão sobre o momento que a classe trabalhadora atravessa, mas também como forma de projetar um futuro. Nesse contexto, um dos maiores problemas ainda vividos pelos trabalhadores é o alto índice de acidentes de trabalho, que resulta muitas das vezes da indiferença de patrões e encarregados, que não fornecem condições seguras de trabalho, mas muitas vezes também por descuido e falta de conscientização dos trabalhadores com a própria segurança.
O assunto é preocupante, tanto que foi criado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, comemorado no dia 28 de abril, como forma de alertar para a necessidade de patrões, encarregados e empregados se unirem para darem um basta nessa situação, que anualmente ceifa a vida de milhares de trabalhadores no Brasil e deixa outro tanto com sequelas para o resto da vida.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, somente no ano de 2016 foram registrados 404 mortes provocadas por acidentes de trabalho na região Centro-Oeste, para um total de 3007 acidentes com mortes em todo o País no mesmo período. São vidas produtivas que são ceifadas precocemente, deixando famílias desamparadas e gerando prejuízos para o sistema público de saúde, já que para esse tanto de mortos há outro tanto de pessoas feridas.
Segundo dados do Ministério da Fazenda, entre 2012 e 2016, foram registrados 3,5 milhões de casos de acidentes de trabalho no país, que resultaram na morte de 13.363 pessoas e geraram custo de R$ 22,171 bilhões para a Previdência Social com benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente para pessoas que ficaram com sequelas.
Se incluirmos os casos de acidentes em ocupações informais, esse número poderia chegar a R$ 40 bilhões. Ou seja: é um assunto sério, que merece a atenção dos trabalhadores e trabalhadoras, pois o bem mais precioso que todos nós possuímos é, antes de todos os outros, a vida!