O autismo sem preconceito

O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo. Assim como qualquer ser humano, cada pessoa com autismo é única e todas podem aprender. São crianças e jovens iguais a muitos outros, que vão à escola todos os dias, estudam, brincam e trabalham. A única diferença, é que eles têm um jeito particular de ver o mundo e a si mesmos, e essas diferenças, muitas vezes motivam o preconceito.
Estamos na Semana do Autismo e no próximo domingo (2) é comemorado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Tivemos nos últimos anos avanços, mas claro, ainda há muita luta pela frente para enfrentar o preconceito. O ingresso de uma criança autista em escola regular, por exemplo, é um direito garantido por lei. Em Rondonópolis, crianças estão fora da escola porque o Estado de Mato Grosso e o Município de Rondonópolis não estão disponibilizando auxiliares para os professores em sala de aula. Se você acha que existem poucas crianças autistas, saiba que existem unidades com um, outras com cinco, outras com sete estudantes matriculados. Além disso, a estimativa é de que existam muitas crianças ainda sem diagnóstico ou então que estão “escondidas”, devido a vergonha dos pais.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), como é chamado, tem vários graus, formas, mas nenhum deles é maior do que enfrentar as deficiências do poder público e a deficiência de caráter das pessoas, que olham para essas crianças e adolescentes de forma diferente, sem seque imaginar todas as coisas boas e o aprendizado que elas podem nos oferecer. Até o próximo domingo (2), diversas atividades serão realizadas na cidade para divulgar o trabalho da Associação Rondonopolitana de Pessoas com Transtorno Autista (ARPTA). Aproveite para conhecer sobre o autismo, aproveite para conhecer esses pais e amigos que lutam incansavelmente. Lembre-se: a informação sempre será a principal arma contra o preconceito.
O autismo já foi considerado uma “doença incurável”, mas essa ideia errônea felizmente acabou sendo afastada totalmente perante as descobertas daqueles que buscam se informar sobre o transtorno. Todos os dias, indivíduos com autismo tem nos mostrado que podem superar, compensar e remanejar muitas de suas características mais desafiadoras. Se uma criança autista pudesse neste momento te dizer algo, provavelmente seria para ajudar a defendê-la, ser seu amigo e ver quão longe ela pode caminhar e chegar com apoio da família, da escola e da sociedade.