Mais do mesmo?

A Prefeitura caminha para retomar o estacionamento rotativo pago nas vias públicas da região central de Rondonópolis, o “Rotativo Rondon”, que está suspenso desde o dia primeiro deste mês. O prefeito Percival Muniz adiantou nesta semana as principais mudanças que pretende implementar a partir da retomada do sistema. As mudanças eram necessárias, mas ainda achamos que são tímidas.
Uma das principais críticas da população era o alto valor da hora estacionada. O prefeito apresentou a proposta de redução dos valores de R$ 2,50 para R$ 2,00 para automóvel e de R$ 1,25 para R$ 1,00 para motocicleta. O anseio da classe mais popular e dos pequenos lojistas era um valor mais popular, no máximo em R$ 1,50 para automóvel. Mas o prefeito já adiantou que, devido ao custo da tecnologia empregada, não é possível reduzir mais.
Outra crítica era quanto à ampla abrangência do Rotativo, atingindo vias que não tinham necessidade. A Prefeitura não falou em rever a área abrangida com o sistema, apenas que o mesmo não sofrerá mais ampliação em relação ao que já está estabelecido. A questão dos 20 minutos de tolerância exigida pelos usuários, até agora, também não se tem um consenso entre as partes envolvidas.
Além disso, a Prefeitura não se atentou que nas vias menos movimentadas não precisava ter uma limitação do tempo de permanência na mesma vaga. Convém observar que, devido à experiência já vivida com o Rotativo, com uma média de ocupação de apenas 30% das vagas, o Jornal A TRIBUNA entende que essa limitação de tempo não se justifica, pois não comprometeria a rotatividade, considerando que o pagamento de muitas horas seguidas afugenta um grande contingente de pessoas, especialmente comerciários.
Enfim, esperávamos mudanças mais significativas no funcionamento do Rotativo, lembrando que o próprio prefeito chegou a externar que, se fosse para ter mudanças que iriam continuar gerando insatisfação, seria melhor acabar com o sistema. Infelizmente, a realidade é que existe um contrato de concessão e não se rompe unilateralmente da noite para o dia e sem embates jurídicos.
Assim as mudanças em curso no Rotativo sinalizam mais para uma ação paliativa. Corremos o risco, ao longo de 2016, de vermos, mais uma vez, uma nova onda de insatisfação brotar nas ruas. O alerta está dado!