Ainda ignorados

Apesar do grande contingente de surdos em Rondonópolis, essas pessoas ainda acabam sendo ignoradas não apenas por parte da sociedade, mas também por falta de políticas públicas que lhes garantam a assistência adequada em suas necessidades básicas.
O tema foi explorado em uma reportagem neste domingo (13/09) do Jornal A TRIBUNA, tendo em vista a comemoração do Dia Nacional do Surdo, no próximo dia 26 de setembro. Uma das principais dificuldades citadas foi quanto à comunicação da população surda com a sociedade.
Mesmo com a Língua Brasileira de Sinais (Libras), presente no Brasil desde meados do século XIX, infelizmente, os deficientes auditivos continuam enfrentando inúmeras dificuldades, principalmente em relação ao cumprimento de leis e decretos existentes no País.
A Associação dos Surdos de Rondonópolis (ASSUROO) atesta, por exemplo, que o Estado de Mato Grosso deveria oferecer qualificação e intérpretes para todas as escolas da rede. Mesmo com essa obrigatoriedade, atesta que ainda há surdos fora das escolas por falta de intérpretes nas salas de aula, por falta de profissionais contratados.
Em outro exemplo, podemos citar as barreiras para os surdos em casos de atendimento na Santa Casa, Hospital Regional, Pronto Atendimento e Centros de Referência. Além de não contar com intérpretes, os funcionários dessas unidades não recebem nenhuma formação para lidar com os surdos.
A falta de políticas públicas e cumprimento da legislação precisam ser observados com mais atenção por nossos políticos. Um bom começo seria a maior contratação de intérpretes ou pessoas com treinamento para lidar com os surdos em repartições e espaços públicos.
As leis não podem continuar sendo criadas para ficar no papel em nosso País. Os surdos – como qualquer ser humano – devem ser tratados com dignidade, respeito e, sobretudo, condições efetivas de inclusão na sociedade, o que permeia a comunicação do mundo com eles.