Precisou chegar ao fundo do poço para o Governo Federal reconhecer que manter 39 ministérios é um grande exagero, um enorme desperdício de recursos públicos. Após a enxurrada de críticas sobre o excesso de ministérios, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou, conforme noticiado pelo Jornal A TRIBUNA, que está em análise o corte de 10 dos atuais ministérios.
Até agora fica claro que o número expressivo de ministérios serve especialmente para atender aos interesses políticos, com a contratação de apoiadores políticos, como uma espécie de “moeda de troca”. Tanto é que o governo já estima a possibilidade de enxugar em torno de 22 mil cargos comissionados, que atendem especialmente os apoiadores da administração.
O excesso de ministérios no Brasil já vem sendo debatido com maior intensidade desde as eleições passadas, mas somente agora o governo admite a possibilidade do enxugamento. Ocorre que, até então, quando a crise econômica ainda estava mascarada, a manutenção dos 39 ministérios se fazia interessante, especialmente para uso da máquina pública visando ganhar as eleições.
Até então, curiosamente, o governo não conseguia visualizar as mazelas e prejuízos de manter esse excessivo número de ministérios, mostrando a sua negligência para com a administração pública. Da mesma forma, o governo ignorava os malefícios das práticas nefastas para a economia de uma série de benefícios irresponsáveis, represamento do reajuste de preços e de políticas econômicas equivocadas.
O enxugamento da máquina pública e redução do número de ministérios no Brasil já eram medidas que deviam ter sido tomadas há muito tempo ou, no pior das hipóteses, anunciada nas eleições passadas. Infelizmente, precisou a crise ficar insustentável para essa possibilidade ser cogitada.
Contudo, não basta reduzir o número de ministérios. É preciso que a máquina pública seja eficiente, com qualidade e consiga dar respostas com efetividade ao povo brasileiro. Se não houver isso, a sociedade continuará sofrendo com a inoperância do serviço público.
Agora só resta a indignação em saber que os “óculos” estavam ao alcance do governo, mas ele insistia em querer enxergar apenas o que lhe convinha e a curta distância. O foco não deve ser apenas o enxugamento, mas também a eficiência e transparência dos serviços prestados!
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