A bandeira é UTI!

A campanha em prol à instalação de leitos de UTI pediátrica em Rondonópolis vem sendo uma bandeira levantada há alguns anos pelo Ministério Público do Estado, através do promotor Ari Madeira. Tanto é que atualmente seu nome simboliza a luta para resolver o problema da falta de UTI pediátrica na nossa cidade e região, que frequentemente sofrem a agonia da espera por leitos em outras cidades, especialmente em Cuiabá.
Hoje, com recursos bloqueados das contas do Governo do Estado pela Justiça, da ordem de R$ 4,8 milhões, para uso pela Prefeitura de Rondonópolis, novos horizontes se abriram para resolver esse problema. Contudo, ainda há incertezas quanto à instalação dos leitos de UTI pediátrica que precisam ser melhor definidas, caso contrário de nada terá adiantado toda uma longa luta para solucionar o impasse.
Aliás, todo o processo de implantação da UTI Pediátrica será fiscalizado pelo Ministério Público, com o apoio da sociedade civil, representada por um comitê. Nesse sentido, vale reforçar que, perante a sociedade, a expectativa maior dessa causa se concretizar não está na figura da Prefeitura, mas na credibilidade desfrutada e esforços envidados pelo referido promotor de Justiça.
Mas a incerteza gerada está justamente na proposta da Prefeitura em instalar, de imediato, dois leitos de estabilização e 20 leitos de repouso no Pronto Atendimento Infantil e adquirir os equipamentos dos leitos de UTI pediátrica e esperar a construção do Hospital Municipal Materno-Infantil para colocá-los em funcionamento. O problema é que existe uma descrença grande em relação à construção de imediato desse hospital, devido aos vários exemplos de obras públicas municipais com significativos atrasos ou não concluídas. A população local criou uma desconfiança natural em relação à promessas políticas…
Dessa forma, a solução apresentada pela Prefeitura de instalação dos leitos de estabilização e leitos de repouso não vem resolver o maior problema hoje existente, pois esses equipamentos não substituem a UTI pediátrica. A cidade de Rondonópolis vai continuar sem os esperados leitos, mesmo com os recursos liberados para esse fim e, inclusive, sendo utilizados. Por isso, todo o cuidado é pouco ao confiar na construção do Hospital Materno-Infantil para concretizar a solução desse antigo problema. Diante desse quadro e das sugestões apresentadas nas reuniões entre o promotor, o comitê criado para acompanhar essa discussão e representantes da Prefeitura, o mais viável é realmente a implantação dos leitos de UTI pediátrica em um dos andares da Santa Casa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis, que já possui toda uma estrutura pronta, necessitando apenas de adaptações.
Afinal de contas, não podemos ignorar que a decisão judicial existente, provocada pelo Ministério Público, é para imediata instalação dos leitos de UTI pediátrica para atender a população. Não dá para ficar confiando na construção de um hospital municipal que não tem prazo definido para começar a sair do papel e muito menos para ficar pronto. Há o sério risco de muitas crianças continuarem morrendo à espera de um hospital sem nenhum prazo firmado de conclusão. Não podemos comprar, mais uma vez, “gato por lebre”…