A rede estadual de ensino iniciou nesta semana mais uma greve por tempo indeterminado em Rondonópolis e em Mato Grosso. O Jornal A TRIBUNA anunciou ontem que a adesão do movimento atinge 95%, deixando sem aulas milhares de alunos no município.
Vários gritos de alerta foram dados em relação aos problemas e deficiências enfrentados pela educação em Mato Grosso. Infelizmente, o governo estadual não ouviu a categoria. O resultado estamos vendo com mais uma greve que atinge o setor.
A atual qualidade do ensino já é motivo de questionamento e, com longas paralisações das aulas, o problema aumenta mais ainda. Por outro lado, é em momentos como esse que podemos fazer um balanço da educação e ver que muita coisa precisa ser melhorada.
Um dos itens que precisa ser olhado com mais atenção é a valorização do profissional da educação. Essa valorização começa com mais qualificação dos profissionais e melhores salários, com a garantia do piso salarial profissional. O ingresso na rede também deveria ser exclusivamente por concurso público de provas e títulos.
Uma maior valorização dos profissionais da educação, invariavelmente, passa por mais investimentos para educação pública, não esquecendo uma melhor gestão dos recursos. Também passa pelo estabelecimento do Plano Nacional de Educação (PNE) e da Jornada e Carreira Profissional.
Não podemos esquecer que todos os países que atingiram patamares positivos de desenvolvimento econômico ampliaram de forma significativa os investimentos públicos em educação. Esse investimento, no nosso ver, não pode ignorar a escola em tempo integral para os estudantes ou ainda um sistema de ensino pautado no mérito e conhecimento adquirido.
Nesse sentido, acreditamos que as discussões com a sociedade sobre os resultados da Escola Ciclada, onde inexiste reprovação, precisam ser intensificados. Ultimamente essa discussão tem permeado mais os profissionais do setor – geralmente defensores da causa – e ignorado pais e mães, que não tem visto os devidos resultados de aprendizado nos filhos.
Realmente, este é o momento para cobrar mais por nossa educação e nossos educadores e, inclusive, reaver aquilo que não está dando certo…
