Quando ela terminou nosso romance
Rasgou minha esperança
E disse que não haveria outra chance
Pois quem não evolui não avança.
Eu deveria ser mais atrevido
Mas fui cauteloso e insensato
Pelo destino agora perdido
Sem bússola dentro do mato.
Tentei de tudo voltar com ela
Numa luta sempre remota
Mandei flores das mais singelas
Mas no final vinha a derrota.
Fui à igreja fiz oração
Procurei até o pai de ogum
Pra atender meu coração
Tornei em mil quando sou um.
Conversei com cartomante
Troquei idéia com o padre
Parecia ficar distante
E eu bem mais próximo da grade.
Ofereci flores a Iemanjá
Lançando no mar imenso
E passava noites a rezar
Num descontrole tão tenso.
Minhas lágrimas estavam secando
Os vasos todos vazios
Olhos sem brilho, porém buscando
Nos momentos tristes e sombrios.
Já não havia outra saída
Para que a convencesse voltar
Eu não aceitava a despedida
Ainda guardava o seu lugar.
Passei tempo nessa busca
Foram tentativas em vão
A gente insiste, mas se ofusca
Vira tapete no chão.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e bombeiro militar – email: [email protected]