Dedicado ao prestativo companheiro Deimar da Silva Ribeiro, associado representativo do Rotary Club de Rondonópolis Rondon (classificação: eletrônica – manutenção), cujas ideias e sugestões permeiam este texto.
Mais um mês de julho se aproxima e, com ele, vem o início oficial de um novo ano rotário, que tradicionalmente se encerra no último dia de junho do ano seguinte. Inovações à parte, tem sido assim há décadas e raríssimas são as exceções a essa regra no Brasil e no mundo.
É, pois, tempo de recomeçar, de seguir em frente com uma dose extra de energia e de ter em mente o ideal de dar de si antes de pensar em si. Momento oportuno para perceber também que a grandeza e a relevância do Rotary podem estar em alguns detalhes da sua longa história de serviços prestados à humanidade, estejam eles no passado, no presente ou (quiçá) no futuro.
É o caso da chamada autoapresentação, instante da reunião rotária (presencial ou remota) em que se espera que a companheira ou o companheiro, uma vez no púlpito ou na tela e na frente do microfone, forneça informações básicas sobre si mesma ou mesmo, com base em um roteiro pré-estabelecido que aparece no Manual de Procedimento ou Código Normativo da instituição, por exemplo.
Ritual este a ser seguido por todos os integrantes da Família Rotária durante todo o ano rotário, independentemente da idade ou do status dentro da entidade. O que engloba companheiras e companheiros de outros clubes (visitantes), membros do Rotaract, do Interact ou do Rotakids e também intercambistas. Ele geralmente contém uma saudação inicial, nome, clube, distrito e classificação*, mas também pode/deve incluir situação no clube, se faz parte do Conselho Diretor ou de (sub)comissões, área, região, etc.
Eu, a propósito, costumo me apresentar assim, com uma ou outra variação: “Boa noite! Eu sou Jerry Mill, associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis; distrito quatro mil, quatrocentos e quarenta (Distrito 4440); professor de língua inglesa e escritor.” Mas, ressalte-se, os formatos e os conteúdos mencionados podem variar, de acordo com quem fala ou com quem se fala (associado representativo, associado honorário, presidente do clube, governador do distrito, representante do Rotary International, etc.) e o momento histórico em que se fala (festiva, assembleia, conferência, instituto, convenção, etc.).
Quanto aos convidados (geralmente não rotarianos: familiares, amigos, vizinhos, etc.), caso tenham a oportunidade ou a iniciativa de ir ao púlpito, espera-se que eles façam algo parecido, mas com maior liberdade de expressão. Na verdade, o que se espera deles é que percebam que existe uma sequência lógica e segura sugerida, que pode ser seguida na sua totalidade ou não. Algo que comprovadamente estimula e facilita o companheirismo e as interações/conversas após cada reunião. Prática esta que muitos brasileiros se habituaram a chamar hoje em dia de networking.
Qualquer que seja a circunstância, no entanto, com espaço para uma ou outra exceção, cada (auto)apresentação deve ser breve e objetiva, pois costuma tratar-se de uma passagem (curta, mas importante) da reunião que antecede a verbalização do assunto/motivo de a pessoa estar ali, sendo alvo da atenção do público presente. Em outras palavras, nas reuniões de um Rotary Club, ela é o cartão de visitas para que as pessoas se (re)conheçam ou se familiarizem. Por isso ela é imprescindível, devendo ser encarada como (mais) uma possibilidade para a aprendizagem ou a prática da arte de falar em público. Algo tão natural para os seres humanos quanto alguns dos seus maiores inimigos: timidez, insegurança e despreparo.
Fica aqui, então, a dica, dear reader: quando você estiver participando de uma reunião de Rotary, esteja ele na parte norte ou sul do país ou do planeta, please preste atenção a esses e tantos outros “detalhes” do universo rotário. Muitos deles surgiram há muitos e muitos anos, mas continuam, apesar dos achismos e modismos, tão atuais quanto olhar para a frente e não querer andar para trás.
* Basilar e essencial na cultura rotária, a classificação não deve ser confundida com a qualificação do associado representativo. Classificações priorizam os diferentes campos do conhecimento humano e suas especificidades (Advocacia/Direito, Medicina/Saúde ou Educação), enquanto que qualificações se referem à ocupação/profissão do indivíduo (advogado, médico ou professor) num dado momento.
(*) JERRY MILL é presidente da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana), membro-fundador da Academia Rondonopolitana de Letras (ARL) e associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis