Muito importante o assunto levantado pelo vereador Manoel da Silva Neto com a proposta de projeto de lei que institui a internação compulsória de dependentes químicos no plano municipal. O projeto pode até ser inconstitucional, como afirmam alguns juristas, mas o vereador fez o seu papel social de levantar o debate sobre a questão das drogas em nossa cidade. Hoje, Rondonópolis, como todo o país, precisa encarar de frente o problema da dependência química e trata-la como uma questão de saúde pública.
A internação compulsória, que ocorre sem a vontade do paciente, é polêmica e divide opiniões, porém vem sendo adotada, como no Estado de São Paulo, para tratar dependentes químicos que não têm mais condições de responderem sobre suas próprias vidas e correm eminente risco para eles próprios e para outros.
O projeto de lei leva-nos a refletir em um todo e concluir que hoje a dependência química destrói famílias, se transformando em um problema social e ainda de segurança pública, quando aquele que usa drogas parte para a criminalidade para manter o vício. São jovens e adultos que perdem a vida para as drogas.
A iniciativa do vereador também nos faz analisar a própria estrutura de Rondonópolis no que tange o combate às drogas. Hoje temos somente o Hospital Paulo de Tarso que recebe dependentes químicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por um período de 30 dias e o Caps-AD. Ainda nos falta leitos para internação e o Caps 24 horas, pois como está hoje o paciente que passou pelo Paulo de Tarso não tem outro lugar para continuar o tratamento e acaba voltando às drogas. Falta estrutura.
Toda essa questão agrava o problema da segurança pública. São muitos os jovens presos frequentemente pela polícia atuando no tráfico de drogas, ou cometendo roubos em função da dependência química. Já está na hora de se formular um plano municipal sério e buscar estruturar uma rede sólida de combate às drogas, caso contrário, perderemos para elas.
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