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Rondonópolis
, 17 maio 2024
 
 

Mais que reduzir o valor da tarifa

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Os protestos nas ruas brasileiras vêm deixando importantes recados nas mais diversas áreas. O mais importante deles é a insatisfação dos brasileiros com a administração pública. Nos grandes centros urbanos, o detonador dessa insatisfação foi o transporte coletivo, com mais um aumento no valor da tarifa. A população não aceitou e repudiou veementemente.
Em Rondonópolis, o prefeito Percival Muniz, seguindo o exemplo do prefeito Mauro Mendes, de Cuiabá, se adiantou e anunciou antes de qualquer pressão a redução do valor da tarifa de R$ 2,70 para R$ 2,60 – quando as reuniões com a empresa Cidade de Pedra eram sobre o estudo do aumento da tarifa para R$ 2,85. O problema podia estar resolvido com isso. Mas, infelizmente, o problema do transporte coletivo local é bem mais crítico que se imagina.
É interessante dizer que o município vive um caso à parte em se tratando de transporte coletivo. Desde a década de 1990, o transporte coletivo deixou de crescer e acompanhar a evolução de Rondonópolis. Faltou investimento nesse setor e a população teve que se virar como pôde. O transporte individual de passageiros, através dos mototaxistas, ajudou a barrar o crescimento do transporte coletivo na cidade, que, em meio a tantas deficiências, foi sendo preterido pelos usuários. Com a estabilidade da economia nacional e ampliação das condições de financiamento, grande parcela da população adquiriu motocicletas e até mesmo automóveis. Dai o grande aumento da frota de veículos nas ruas da cidade, deixando o nosso trânsito caótico.
Aliado à falta de prioridade e cobrança das gestões municipais, o transporte coletivo de Rondonópolis parou no tempo, resultando em um serviço pouco utilizado em relação ao tamanho da população. Também pudera: são poucos ônibus, poucos abrigos para passageiros, nem todos os bairros são atendidos, demora-se muito para embarcar na linha almejada, não existem terminais de passageiros eficientes e modernos…
Para se ter uma ideia, proporcionalmente, Cuiabá e Várzea Grande, com cerca de 800 mil habitantes, possuem uma população quatro vezes maior que Rondonópolis, com cerca de 200 mil habitantes. Apesar disso, o número de usuários por dia do transporte coletivo da Grande Cuiabá, com cerca de 330 mil passageiros, é 11 vezes maior que o de Rondonópolis, com menos de 30 mil passageiros.
A verdade é que o transporte coletivo passou a ser um serviço marginal em Rondonópolis. Agora Rondonópolis tem que mudar esse rumo. A administração pública precisa rever o transporte coletivo, ampliar os investimentos nesse importante setor, diminuindo o tempo de espera e aumentando expressivamente o número de ônibus.
A perspectiva de Rondonópolis é de muito crescimento para os próximos anos e, por isso, esse momento de reflexão merece focar em construir um moderno, amplo e eficiente transporte coletivo em nosso município, preparado para o futuro. Afinal, a nossa questão vai além do valor da tarifa…

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