Rondonópolis contra o crack

É fato que o avanço do consumo de drogas químicas, especialmente o crack, tem chegado às médias e pequenas cidades brasileiras. Rondonópolis não foge à regra. O pior é que, fora os estragos físicos desse avanço nas pessoas, há ainda o consequente aumento da violência nessas localidades, com o maior poder de fogo do tráfico. Os números de assassinatos, tentativas de homicídio e roubos retratam também essa triste realidade das drogas na nossa sociedade.
Apesar do lançamento de planos de enfrentamento às drogas nas esferas nacional e estadual, poucos resultados práticos foram colhidos até agora. Em âmbito de Rondonópolis, as ações públicas de combate ao crack, de forma mais ampla e contundente, eram, praticamente, inexistentes. Aqui não estamos falando especificamente no trabalho de repressão, mas do trabalho de tratamento especialmente.
Até que enfim as políticas de saúde de combate ao crack agora prometem ser intensificadas. A Prefeitura de Rondonópolis, conforme antecipado ontem pelo Jornal A TRIBUNA, anunciou a adesão ao programa do Governo Federal “Crack, é possível vencer”. Com isso, várias ações vão ser desenvolvidas no combate à dependência química no município. Uma das atividades será reestruturação da Rede de Atenção Psicossocial em âmbito local.
A adesão ao programa é válida, especialmente porque fomenta o debate do avanço do crack também em Rondonópolis, assim como cria mais mecanismos de tratamento para a nossa população. Com isso, o município passa a ter um repasse financeiro fixo para as atividades centradas no acesso ao tratamento e prevenção em álcool e outras drogas no SUS. Inclusive, espera-se a habilitação de leitos especializados para receber dependentes nos hospitais do município.
A Prefeitura acertou em dar esse passo de credenciamento nesse programa nacional. Torcemos para que resultados positivos possam realmente aparecer, garantindo mais portas para o tratamento da dependência química em nossa cidade. Ademais, reforçamos a necessidade de fortalecimento das ações de combate e repressão ao tráfico pelas polícias em Rondonópolis, bem como em Mato Grosso.
Acreditamos que a luta contra o crack passa pelo envolvimento de todos, inclusive famílias e entidades religiosas.