A banalização da violência

A trágica morte do engenheiro Gino Rondon da Silva, filho do estimado  casal Gino Rondon e Edna Rondon, nesta semana em Manaus (AM), gerou uma grande comoção na cidade e nos faz questionar mais uma vez sobre a insuportável realidade de violência que o Brasil vive atualmente. Os números do Ministério da Saúde apontam que somente em 2010 foram mais de 35.200 brasileiros mortos apenas por armas de fogo.
Assim como Gino Rondon, cada um de nós brasileiros estamos suscetíveis a esta crescente e sufocante onda de violência, seja em casa, no local de trabalho, no lazer ou na rua. Temos visto, inclusive, a audácia de organizações criminosas que têm feito execuções de pessoas em movimentadas avenidas das grandes cidades, sem haver sequer uma interferência policial. Até as pequenas cidades viraram vítimas de roubos audaciosos…
Assim como os cidadãos visualizam, entendemos que as brechas deixadas pela nossa legislação têm servido de estímulo para mais e mais crimes… Assim como o deputado estadual Sebastião Rezende externou na tribuna da Assembléia Legislativa esta semana, os bandidos agem e os crimes ocorrem na certeza da impunidade no Brasil. Os bandidos tão cada vez mais cientes de que o tempo de prisão será breve ou, muitas vezes, nem existirá.
Lamentável essa situação vivida por um país que não enfrenta guerra civil e está crescendo e se enriquecendo cada vez mais. Do que adianta estarmos dando saltos em tantas áreas se mal conseguimos manter a vida dos nossos jovens? O avanço das drogas ilegais e do tráfico está aí, contribuindo para essa triste realidade. É crucial termos leis mais severas, com menos brechas, para que o exemplo de justiça seja disseminado novamente no Brasil.
Não se trata de cercear o direito da livre defesa do cidadão, mas de dar um basta final ao avanço de tantos crimes. O Brasil precisa urgente de uma reforma no Código Penal, com mais de 70 anos de vigência. O Congresso Nacional precisa acordar e trabalhar intensamente nessa causa. Caso isso não ocorra, a dor de ser a próxima vítima pode ser sentida por nossos ministros, deputados federais, senadores ou seus familiares.
Realmente uma ampla mudança precisa ser feita na nossa legislação.