A onda de greves de policiais que começa a expandir pelo Brasil preocupa a todos os cidadãos e traz discussões acaloradas sobre o movimento. A preocupação inicial é porque as greves insurgem em um momento estratégico, em especial em estados com potencial turístico, na véspera de mais um período carnavalesco. Além da garantia da lei e da ordem pública, há a ameaça de prejuízos financeiros em função da perda de turistas.
Na Bahia, por exemplo, onde a onda de greves iniciou, a paralisação gerou um clima de insegurança entre a população e embates acirrados entre os líderes do movimento e o Governo do Estado. Os militares reivindicam aumento salarial e chegaram a invadir a Assembleia Legislativa. Na Bahia, chegou a ver focos de tumulto. O pior é que o movimento chegou ao Rio de Janeiro, outro importante destino no Carnaval, abrangendo policiais civis, militares e bombeiros. Em vários outros estados a polícia também ameaça entrar em greve.
Acreditamos que o movimento das polícias em reivindicar os seus direitos através da greve é legítimo, mas é preciso que haja bom senso e, acima de tudo, que os princípios constitucionais sejam respeitados. Excessos que venham comprometer a vida e a segurança dos cidadãos devem ser evitados e, caso aconteça, devem ser devidamente punidos. Quando a segurança da população está em jogo, realmente defendemos reações firmes contra atos criminosos e de vandalismo, a exemplo do acontecido na Bahia. Com o endurecimento nas negociações, inclusive, o movimento começa a perder força na Bahia. Outro exemplo em que o bom senso deve prevalecer em movimentos grevistas é na área da saúde, onde, por exemplo, médicos devem assegurar os atendimentos de urgência, que implicam em risco de morte, sob pena serem responsabilizados.
Os nossos policiais têm o direito de lutar e merecem condições de trabalho e salários dignos para a importante função que ocupam, mas é inadmissível que atos de desordem e vandalismo sejam cometidos. A boa e velha negociação deve imperar sempre… É isso que esperamos.
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