Parando na faixa

Veio em boa hora a campanha do Rotary Club Leste de Rondonópolis em chamar a atenção para a necessidade de respeitar e fazer uso da faixa de pedestre no trânsito local. O pedestre em nossa cidade, infelizmente, ficou em terceiro plano no trânsito, resultando em desrespeito, abusos e atropelamentos. O desrespeito é tamanho que parece que a faixa nem existe na cidade. Motoristas avançam sobre ela sem o menor pudor, e pedestres, até em função de saber que não terão vez nas faixas, acabam atravessando as vias em locais impróprios.
Um bonito exemplo em Mato Grosso vem da cidade de Tangará da Serra, no oeste do Estado. Lá existe a cultura dos motoristas em respeitar os pedestres na faixa. Basta o pedestre colocar os pés na faixa para que os motoristas parem os veículos para sua passagem. É verdade que a frota aumentou e a situação complicou um pouco. Mas esse respeito é muito importante, porque cria a imagem de um trânsito humano e cidadão, ao contrário de Rondonópolis. Aliás, Tangará também implantou as “faixas elevadas”, na mesma altura das calçadas, dando mais segurança aos pedestres.
Nesse sentido, a campanha do Rotary Leste é importante por colocar o foco nesse quesito, até então, pouco observado no trânsito local. Para se ter uma ideia, em alguns pontos, mesmo com semáforos, muitos motoristas param os veículos bem em cima da faixa, atrapalhando a passagem dos transeuntes. Mesmo sendo uma iniciativa de longo prazo, é interessante porque o respeito ao pedestre pode ser o começo para uma educação no trânsito tão tumultuado e cheio de imprudência como o de Rondonópolis.
Vale ressaltar que a iniciativa da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito em colocar, há algum tempo, agentes de trânsito – “amarelinhos” – diante das escolas já tem trazido o aprendizado de parar diante da faixa de pedestre. É uma prática que, além de trazer segurança aos estudantes, cria educação entre os motoristas. No entanto, o que não pode é ficar como ficou por meses em nossa cidade: com as pinturas das faixas praticamente apagadas pela ação do tempo.
Pena que Rondonópolis, ao invés da cidadania das faixas, deu preferência, desde o começo, à sinalização semafórica. Mas ainda é tempo de mudar muita coisa, começando pelos atos praticados no trânsito por você.