Depois do passe-livre

O projeto que cria o passe-livre e que começou nesta semana a tramitar na Câmara de Vereadores é, sem dúvida, uma conquista dos estudantes do município. Porém, por outro lado, mostra que todos os candidatos em períodos eleitorais devem planejar as principais promessas de campanha antes de chegar ao poder.
O atual prefeito de Rondonópolis, o ex-deputado José Carlos Junqueira de Araújo, fez uma campanha no ano passado baseada em promessas como o próprio passe-livre. Pátio, ao vencer a eleição, percebeu que a promessa do passe-livre não seria nada fácil de ser cumprida e sentiu na pele que a população de Rondonópolis, ao votar em uma proposta, também sabe muito bem cobrar.
O prefeito viu que, antes de colocar a proposta em funcionamento, era preciso fazer uma série de ajustes para evitar até mesmo um colapso financeiro na gestão e com isso demorou em emplacar o projeto, fato que irritou até mesmo correligionários.
Pátio, durante o período eleitoral, alardeou que tinha em sua volta uma eficiente equipe responsável justamente pela execução de projetos com vistas ao desenvolvimento futuro de Rondonópolis.
A impressão que grande parte da população teve é que o passe-livre, que foi levado à Câmara no apagar das luzes de 2009, somente ocorreu pelo fato que houve pressão da sociedade. Caso contrário, tudo indica que o projeto ainda iria levar mais um tempo para ser apreciado pelos vereadores.
Por outro lado, o prefeito ainda terá outros desafios e outras promessas de campanha para cumprir, como por exemplo, a aplicação do terceiro turno nas unidades de saúde. Essa é, sem dúvida, bem mais complexa do que a implantação do passe-livre para os estudantes.
Na verdade, essa situação também mostrou que a população está atenta ao que foi apresentado pelo candidato Pátio durante a campanha e cada minuto que passa, com certeza, ele será cobrado pelo que disse em 2008. O povo, ao contrário do que muitos pensam, não tem memória curta.