1- SENHORAS E SENHORES,
na semana que passou o que mais chamou a atenção foi o discurso do prefeito Percival Muniz (PPS) durante a visita da presidente Dilma Rousseff (PT), na quinta-feira, 19, na inauguração no Complexo Intermodal de Rondonópolis (CIR) da Ferrovia Vicente Vuolo. Percival, com seu discurso sempre inteligente e dentro de um estilo próprio, começou falando que era de um pequeno partido da oposição, o PPS, e mesmo sendo um opositor do PT, saldou a presidente de forma bastante elegante e por cerca de 20 minutos fez rasgados elogios à sua administração, deixando-a com um largo sorriso no rosto durante todo o tempo. Segundo Percival, parafraseando o ex-presidente Lula, “nunca antes na história deste país” os municípios foram tão bem atendidos em Brasília (DF), sem precisar enfrentar filas longas para ver seus pedidos realizados, pois hoje são facilmente atendidos por meio dos vários planos sociais do Governo Dilma. A partir daí, o prefeito afirmou que Rondonópolis é um exemplo e, até o final de sua gestão, terá 100% de água tratada, 100% de rede de esgoto, 100% de pavimentação (todos os bairros) e 100% de moradia, aliás, para ele “inclusive vai sobrar casas”. O problema agora é a presidente entender que, como sobrará casas em Rondonópolis, vai começar a desistir de liberar novos convênios para construções de conjuntos habitacionais no município. Neste caso o cuidado com as palavras é sempre bom.
À PARTE A
rasgação de seda, o prefeito Percival foi muito feliz quando analisou a situação da Lei Kandir que faz com que Rondonópolis não ganhará nada em impostos com as exportações de grãos pelo Terminal Intermodal e muito menos com os produtos que chegarão até a cidade, que terão os impostos recolhidos na origem. Percival chegou a propor o royalties da produção alimentar, uma sacada de quem sabe o que falar.
Já na hora de fazer homenagens aos responsáveis pela luta que resultou naquela ferrovia, Percival disse querer destacar duas grandes personalidades, uma já falecida, o senador Vicente Vuolo e outra, felizmente ainda viva, o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB)… Nos bastidores dizem que a homenagem a Bezerra foi uma afronta de Percival aos republicanos deputado federal Wellington Fagundes e ao senador Blairo Maggi, hoje, na verdade, desafetos políticos do prefeito (apesar dos mimos constantes de ambos os lados) e que se destacaram muito mais que Bezerra na concretização da grande obra. Além disso, Percival também teria aproveitado para bajular Bezerra para garantir que o PMDB continue dando apoio ao seu governo, mesmo sem ter obtido até agora nenhum cargo em troca.
2- EM UMA SEMANA ATÍPICA,
as articulações políticas não tiveram muito espaço, a não ser o encontro do ex-prefeito José Carlos do Pátio, ainda PMDB, com o deputado federal Valtenir Pereira, em reunião do PSB em Rondonópolis. Segundo os dois, o encontro foi uma celebração da amizade entre ambos, mas especulações de que o PSB gostaria de Pátio no partido para disputar uma vaga na Câmara Federal são muitas. Por outro lado, há quem acredite que Pátio precise de um partido forte, com influência, para garanti-lo contra adversários, em função de sua situação jurídica. Força política para ganhar a eleição Pátio pode até ter, mas precisa de apoio, que não verá de partidos nanicos e recém-criados.
O PT TAMBÉM DEVE
começar as articulações políticas especialmente em torno do juiz Julier Sebastião da Silva. É mais que confirmado que a sigla quer o juiz como candidato ao Palácio Paiaguás, e ao mesmo tempo se fortalecer no Estado, elegendo deputados estaduais e federais, aumentando o atual plantel. Nessa busca, poderá contar com o apoio do PMDB, de Carlos Bezerra, seguindo a dobradinha nacional e ainda do PSD, que já falou em apoiar Julier.
Do outro lado, o senador Pedro Taques (PDT), seguiu normalmente a sua conduta contra a corrupção e bateu duro contra os casos de desvios de dinheiro no Ministério do Trabalho, pasta que esteve e está sob o comando de seu partido. Porém esta Colunista não crê que isto possa prejudicar planos para 2014 em Mato Grosso.
3 – NO ENTANTO,
o que estava norteando os debates no Poder Executivo e no Legislativo na semana que passou é o reajuste do valor venal dos terrenos e imóveis que resultará no aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da criação da taxa do lixo. Os dois projetos do Executivo já estão na Câmara e os vereadores demonstram estar entre a ‘cruz e a espada’. Há até vereador que disse que o prefeito dará um tiro no próprio pé e também no joelho dos parlamentares, que terão que aprovar os projetos. E, com certeza, a tendência é pela aprovação, já que a maioria absoluta da Câmara é da base de apoio do Executivo e a pequeníssima parcela que não é, é como se fosse, não faz oposição alguma. Esta colunista, pelo menos, nunca viu. Os parlamentares retiraram os projetos do regime de urgência, farão uma reunião nesta segunda para debatê-los, mas o que parece é que tudo não passa de firula para dar uma de ‘estamos discutindo’ para no final dizer: não tem jeito, temos que ser favoráveis, o município precisa.
Se o município precisa, o que também pode ser verdade, então votem logo, aprovem, deixem de firula, que o povo não engole mais essas atitudes. Já passou o tempo da demagogia. Em toda essa situação palmas para o vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira, Fulô, (PMDB), que já disse que vai votar contrário ao projeto do aumento do IPTU e pronto. Dos demais já se prevê que está tudo certo para aprova-lo. Assim, que diferença faz aprovar uma semana antes ou uma depois! Achamos de suma importância o Poder Legislativo para a nossa democracia, mas é preciso que ele atue livre, sem demagogias e cumpra o seu papel. Seja independente e mostre a sua forma, faça aquilo que realmente ache justo. Que pense no melhor para a cidade, pode ser contrário ou não a algo, mas que faça por sua própria consciência, caso contrário, pode perder ainda mais a credibilidade que possui com a população e amargar derrotas em 2014.
4 – NA NOSSA QUERIDA RONDONÓPOLIS,
está longe de se ver os problemas resolvidos. São bairros ainda sem iluminação. É somente dar uma passeada pela cidade. Casas em local de risco que podem vir abaixo com o próximo período de chuvas. Obras que continuam paradas desde a fatídica gestão de Zé Carlos do Pátio (e final do mandato com o Ananias Filho). Os buracos ainda continuam em várias vias e tendem a piorar com a volta das chuvas. O esgoto continua contaminando córregos e o Rio Vermelho, mesmo que hoje seja um pouco menos in natura, e, assim por diante, não se pode enumerar tudo. Sabe-se que a cidade possui muitos problemas, mas já passou da hora de ver alguns deles sendo extintos, isso mesmo, extintos, banidos. A gestão atual deve deixar de lado tantos conluios políticos e deixar de esconder improbidades e finalmente, começar a agir. De inatividade e bocas caladas a mando de caciques já estamos cheios. É hora de começar a mudar. Rondonópolis precisa se desenvolver com qualidade de vida, com educação exemplar, e a hora já está passando junto com a chegada dos trens da Ferronorte.
