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José Márcio Guedes: “Deve assumir a cadeira de vereador para não complicar a eleição indireta de Ananias...”

1- ESTAMOS DE VOLTA COM O PAPO,
depois das nossas férias, e eis senhoras e senhores que a semana foi marcada por um fato inédito na história de Rondonópolis. Pela primeira vez nestes 58 anos jamais um prefeito havia deixado o cargo, cassado pela Justiça Eleitoral.
O ex-deputado estadual Zé Carlos do Pátio sofreu esse duro revés que foi sair da cadeira de prefeito, conquistada à duras penas no processo eleitoral de 2008. Neste aspecto, Pátio ainda pode voltar ao cargo caso haja uma reviravolta jurídica no processo de cassação. O prefeito cassado, que ainda pode recorrer, perdeu o cargo em razão de ter utilizado na campanha eleitoral de 2008, um número de camisetas maior do que permitido pela Legislação Eleitoral.
A COLUNA CONVERSOU
com uma fonte que acompanhou de perto toda a movimentação nos bastidores com relação à saída de Pátio do cargo e a entrada do então presidente da Câmara de Vereadores, Ananias Filho (PR) no Palácio da Cidadania, ou no Prédio Azul, como alguns “patistas” se referem à prefeitura.
Pátio, na primeira conversa, entendeu a situação e havia até dado alguns conselhos a Ananias. Porém, o prefeito cassado não gostou nada de saber que a primeira atitude de Ananias seria demitir a diretora-geral do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear), Terezinha Silva e o diretor-técnico, Júlio Goulart. Ambos deixaram o Sanear marcados pelo desgaste de despejo de esgoto in natura no rio Vermelho.
Pátio havia pedido a Ananias Filho que mantivesse Terezinha no cargo, porém o prefeito interino foi taxativo e imediatista. Em seguida, Pátio ainda tentou convencer Ananias de não assumir o comando do município. A estratégia de Pátio era que ele desistisse do cargo, e em seguida o vereador Fulô também não aceitasse e com isso a prefeitura ficaria nas mãos do procurador-geral do Município, Efraim Alves, que manteria Terezinha e Julio no Sanear. A estratégia desesperada de Pátio deu errado e Ananias cumpriu o que havia prometido e “canetou” Terezinha e Júlio , a exoneração estava pronta no ato da sua posse.
Vale dizer que antes de tomar para si esse ato, o prefeito interino consultou o cacique do PMDB, Carlos Bezerra, que não se apôs a saída tanto de Terezinha como de Júlio.

2- O PREFEITO INTERINO,
neste primeiro momento deve fazer poucas mudanças na administração do Município, pelo simples fato de que ele mesmo sabe muito bem que não está garantido no cargo, porém, caso não haja nenhuma reviravolta por 30 dias, se quiser permanecer prefeito terá que disputar uma eleição indireta.
Por falar em eleição indireta, trata-se de um engano quem pensa que Ananias vai disputar o pleito sozinho. Ele terá pela frente adversários, com toda a certeza.
Porém é preciso levar em consideração que há uma pressão forte dentro do PMDB, por parte da militância, para que a sigla não saia do poder. Os peemedebistas estão incomodados em ver um republicano na Prefeitura, no caso Ananias Filho, e ver outro no comando da Câmara, o vereador Hélio Pichioni, que assumiu a presidência do Legislativo em razão de Ananias ter ido para a prefeitura.
A pressão vem forte dos pré-candidatos ao cargo de vereador que não têm mandato eletivo e estavam em cargos de confiança na gestão de Pátio. Uma parte desse grupo não esconde o medo de ver as ações praticadas por eles ficarem em segundo plano e com isso perder voto e espaço dentro da disputa para uma das 21 cadeiras na Câmara de Vereadores no mês de outubro próximo.
DIANTE DESSE QUADRO
não estranhem os leitores, se dentro do próprio PMDB surja um adversário ao prefeito interino, para agradar essa parcela da militância do partido de Bezerra.
O problema é que o vereador Adonias Fernandes e principalmente o vereador Fulô estão compromissados ao extremo com o projeto de Ananias Filho. Tanto é verdade que o Fulô virou uma espécie de eminência parda de Ananias e muitas das ações que o prefeito interino tem tomado foram discutidas com Fulô, que tem dado conselhos que, na maioria das vezes, são ouvidos.
Na verdade, os dois sempre foram parceiros, pois na Câmara representam juntos a Vila Operária e dividiram a responsabilidade na condução do Legislativo nos últimos dois anos. No entanto, caso alguém do PMDB se levante e defenda um candidato próprio nas eleições indiretas, o vereador Fulô vai sair em defesa do projeto de Ananias.
Pelo que a Coluna apurou, precavido, o novo prefeito de Rondonópolis já sentou com o presidente regional do PMDB, Carlos Bezerra. Resta saber se Bezerra vai sucumbir à uma parte da militância que defende que o partido tenha projeto nas eleições indiretas.
O problema é que o PMDB teria plenas condições de mudar o quadro, pelo simples fato que a sigla conta com quatro vereadores e em uma eleição com apenas 12 votos, o candidato sairia com uma bela vantagem. O partido ainda poderia buscar uma composição com o PSD, por exemplo.
O PSD QUE CONTA COM O
vereador Mohamed Zaher em suas fileiras, que inclusive já foi militante do PMDB, não se oporia a entrar nesse projeto. Até mesmo pelo fato de que Zaher é hoje o principal adversário de Ananias Filho na Câmara de Vereadores e declarou inclusive que vai manter com Ananias a mesma postura crítica que teve com o prefeito cassado Zé Carlos do Pátio.
Zaher também poderia se articular para disputar a Prefeitura agora, pela simples razão de ser o mais velho entre os 12 parlamentares, e desta forma, em caso de empate nos votos, poderia se eleger. O vereador conta com os três votos do PSD (o dele, do Milton Mutum e João Gomes), poderia buscar os votos de Cido Silva e Reginaldo e lutar por um voto entre os quatro vereadores do PR, e assim estaria em condições de sair vencedor do pleito indireto.
O PR, NO ENTANTO,
não vai ficar fora do jogo pelo poder. Os republicanos já mexeram a primeira peça no tabuleiro de xadrez, que foi trazer de Cuiabá o primeiro suplente e ex-vereador Zé Márcio Guedes para assumir a vaga do Ananias, com o claro intuito de que o seu voto será importante no processo. Todos sabem que para Guedes não é vantagem nenhuma deixar uma secretaria-adjunta de Estado para voltar a ser vereador, até mesmo pelo simples fato de que ele não poderá ser candidato em outubro, pois não deixou o cargo que ocupa dentro do prazo para disputar a reeleição.
O motivo é claro, pois caso Guedes não aceitasse assumir, quem ficaria com a vaga é o segundo suplente Fábio Cardozo, que hoje está filiado ao PPS, de Percival Muniz. Com Fábio na Câmara, a bancada do PR ficaria enfraquecida e não poderia contar com um voto certo do partido. Para completar, o PPS se fortaleceria na Câmara e passaria a contar com dois vereadores. Fábio iria fortalecer o discurso de Reginaldo dos Santos em torno do projeto de Percival Muniz, que é pré-candidato nas eleições de outubro ao cargo de prefeito.
Portanto, as chances do segundo suplente Fábio ser chamado é praticamente a mesma do União de Rondonópolis ser campeão da Libertadores nesta década. Ou seja, praticamente zero.

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