1 – A SEMANA
será de muita expectativa com relação aos rumos políticos da cidade. Depois da cassação do prefeito Zé Carlos do Pátio, pelo placar de 5 a 1, no Tribunal Regional Eleitoral, as expectativas ainda estarão no TRE, pelo simples fato que a publicação do acórdão é aguardada. Há quem diga no meio jurídico local que até sexta-feira o acórdão da cassação do prefeito estará publicado. Porém, é bom lembrar que quando o prefeito de Pedra Preta, Augustinho de Freitas foi cassado, no final de 2010, o acórdão levou três meses para ser publicado. Enquanto isso, o foco, como não poderia deixar de ser, é a Câmara de Vereadores e a possibilidade de termos em breve uma eleição indireta para prefeito.
De um lado, o vereador Ananias Filho, que deve assumir a prefeitura por 30 dias, tem evitado falar em eleição indireta. Ele tem dito aos mais próximos que uma eventual decisão de disputar não dependerá dele e sim do PR, sigla à qual é filiado.
Ananias sabe muito bem que, caso assuma a prefeitura, por um mísero dia, estará inelegível para vereador, restando apenas duas alternativas para o processo eleitoral deste ano: disputar uma vaga de prefeito ou de vice. Vale destacar que mesmo que prefira disputar uma vice ele terá outro problema pela frente, ficaria inelegível se não renunciar ao cargo de prefeito quatro meses antes do processo eleitoral.
Para complicar ainda mais a situação, ele não poderá fazer qualquer tipo de alteração no orçamento de Pátio e nem licitar obras, por se tratar de período eleitoral.
E para piorar ainda mais, o PR, partido do vereador, não lhe dá qualquer garantia que mesmo que ele vença a eleição indireta seja o candidato a prefeito do partido. Ananias Filho vai ter que brigar com Nininho e Sebastião Machado Resende pela indicação. Portanto, há sim um risco do vereador ficar sem mandato.
Filho, caso queira sair dessa bola dividida, teria que renunciar à presidência da Câmara e, pela Lei Orgânica do Município, o primeiro secretário, o vereador Fulô assumiria o comando da prefeitura, que também viveria o mesmo dilema de Ananias Filho: assumir a prefeitura sob o risco de ficar sem mandato a partir de 2013.
O TERCEIRO
da linha sucessória para este mandato tampão de 30 dias seria o procurador geral do município, Efraim Alves que, caso os dois vereadores abram mão da prefeitura, seria o responsável por conduzir a cidade por este período. Alves teria, a princípio, duas vantagens. A primeira que não estaria na disputa a vereador ou a prefeito em 2012 e não correria risco de perder o mandato e também pelo fato de conhecer a máquina pública, pois ocupa um cargo importante na atual gestão.
Porém, a coluna tem a absoluta certeza que mesmo correndo uma série de riscos, inclusive de ficar sem mandato de vereador, Ananias Filho, de forma alguma, vai rejeitar a chance de ser prefeito.
2 – O FATO DE
Ananias assumir a prefeitura coloca a chapa de vereadores do PR, que vai disputar a eleição de 2012, no limbo. O problema é que os votos de Ananias seriam importantes para garantir ao partido uma vaga a mais. Sem o atual presidente da Câmara, o PR entrará na disputa das proporcionais enfraquecido pois restaria de “puxadores” de votos, Hélio Pichioni e Olímpio Alves, além das mulheres Sandra Raquel e Fátima Maia. Esses quatro nomes, apesar de fortes, teriam votos suficientes para eleger no máximo dois vereadores.
A sigla, com certeza, perderia representatividade na Câmara de Vereadores em 2013, mesmo o Legislativo oferecendo 21 vagas.
O PR, para crescer, teria que buscar uma coligação. O problema é encontrar partidos que estariam dispostos a colocar os seus candidatos para disputar vagas com Hélio Pichioni e Olímpio Alvis.
3 – POR OUTRO LADO,
em meio à essa confusão de candidato à eleição indireta, a coluna conversou com o vereador Milton Gomes da Costa, o Miltão. Ele lembrou que o candidato dele, neste momento, em um processo indireto, seria o vereador Ananias Filho, caso o mesmo lance o seu nome e Pátio não consiga reverter o quadro de cassação. Miltão é um dos políticos locais que faz parte do grupo que acredita piamente que o prefeito conseguirá reverter a cassação e deverá se manter no cargo. Porém, o vereador, que é experiente, disse que acredita na possibilidade do PMDB lançar candidato em uma eleição indireta.
Na segunda-feira, quando o partido realizou uma reunião em Rondonópolis, essa sem a presença do deputado Bezerra, muitos filiados cobraram que o partido lance candidato no processo indireto.
A coluna tem visto muitos peemedebistas preocupados e defendendo o lançamento de candidato em um processo indireto e, se isso ocorrer, caros leitores, o PMDB não vai conseguir êxito. O partido, apesar de ter bons vereadores, não tem um candidato capaz de agregar outras siglas e vai morrer com quatro votos, sem vencer a eleição.
4 – MAS, PARA A COLUNA,
já está claro que, caso o PMDB resolva lançar nomes na eleição direta de outubro (aquela onde todos votam e não somente os vereadores), o nome do vereador Manoel da Silva Neto está sendo trabalhado pelo líder maior do partido, o deputado federal Carlos Bezerra.
O presidente regional do partido já considera o prefeito Zé Carlos do Pátio como carta fora do baralho. Bezerra não aposta na reversão da cassação do prefeito e, desta forma, acredita que Pátio estaria inelegível. Sendo assim, o vereador passou de uma espécie de plano B do partido para plano A. Tudo indica que Bezerra e a cúpula estadual do partido vão apostar todas as suas fichas em Manoel e tentar viabilizá-lo até o mês de junho, quando será o prazo final das convenções.
Uma das vantagens de Manoel foi a expressiva votação que teve no pleito para deputado estadual em Rondonópolis, perdendo apenas para Percival Muniz e Jota Barreto, que foram os mais votados em 2010.
5 – PARA ENCERRAR,
a coluna chama a atenção para o comportamento de dois políticos em meio à esse processo de cassação do prefeito Zé Carlos do Pátio. O primeiro foi Percival Muniz que, espertamente, foi para a sua fazenda no Xingu e se afastou de fazer qualquer tipo de comentário sobre a situação de Pátio. Muniz, desta forma, ficou livre de qualquer declaração mais polêmica e atrair para si a ira de patistas.
Já o ex-prefeito Adilton Sachetti, que também é explosivo em suas declarações, não se conteve e chamou Pátio de “grande pilantra”. O problema desse tipo de declaração, neste momento, é que o prefeito vive hoje uma imagem para muitos de homem que está sofrendo e que estaria, para alguns (inclusive eleitores de Sachetti) vítima de um processo e isso reforçaria ainda mais a imagem de Pátio de que todos estão contra ele. O prefeito, caso escape da cassação vai usar a seu favor essa declaração de Sachetti.
Mas é bom lembrar que, apesar do otimismo do grupo do prefeito e do advogado José Pereira Neto, que disse na quarta-feira que acredita que o prefeito pode permanecer no cargo em razão de que o Tribunal Superior Eleitoral tem entendido, em muitos casos, que devido ao fato do prefeito estar no final de mandato, o clima de inconstância administrativa e até mesmo o fato das próximas eleições municipais estarem próximas, tem dado decisões favoráveis neste sentido.
A coluna, no entanto, acredita que Pátio terá muita dificuldade em reverter essa questão e dificilmente vai permanecer na cadeira.
Lucas, parabéns pelas brilhantes matérias que vem fazendo, e acho que o povo deve começar acompanhar pessoas com novas ideias para que possamos trabalhar por uma cidade melhor, por isso estamos tentando buscar nosso espaço para que juntos consigamos colocar em prática e ter-mos uma Rondonópolis melhor, isso é possível, basta querer e nao temer á interesses politicos próprios.
Parabéns Lucas pelo Papo que ficou ótimo. Porém, nossa, que samba do crioulo doido é isso? O que me parece é que se ficarmos o bicho pega, mas se corrermos ele come? Sinceramente, Rondonópolis não merece esse jogo, essa jogatina…é uma cidade pujante, bem localizada, com ótimas perspectivas de progresso, mas que está a bancarrota e precisa de seriedade nesse momento, para que seja retomado o seu curso que a pouco mais de três anos atrás estava no caminho certo. Tudo isso é uma pena mesmo!!