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Rede de esgoto só deve ser concluída em novembro

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Despejo de esgoto no Córrego Canivete

O novo cronograma das obras de esgoto previsto no PAC I [Programa de Aceleração do Crescimento], assinado há seis anos, têm previsão para ser concluído em novembro deste ano, quando serão finalizados 900 quilômetros de instalação de rede condominial, a construção de sete elevatórias, coletores tronco e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Enquanto isso, 72% do esgoto produzido na cidade continuará sendo despejado nos rios e córregos de Rondonópolis sem nenhum tipo de tratamento.
Até o presente momento, as obras de esgoto previstas no PAC I enterraram 500 quilômetros de canos sem ligação, que abrange todo o distrito de Vila Operária e outros bairros, finalizou a construção de uma das sete elevatórias e instalou parte dos coletores tronco.
Segundo o ex-secretário municipal de Meio Ambiente, Lindomar Alves, existem na Semma [Secretaria Municipal de Meio Ambiente] vários autos de infração contra o Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear) em razão de problemas relacionados à falta de tratamento de esgoto. “Sob orientação técnica do Sanear, o prefeito Zé do Pátio foi convencido de que as empresas responsáveis pelas obras do PAC deveriam começar a instalar as redes condominiais antes da construção dos coletores tronco e elevatórias. Mas, os moradores deveriam ligar suas redes apenas após a instalação dos coletores tronco e elevatórias. Porém, não foi o que aconteceu, pois vários moradores ligaram o esgoto na rede inacabada”, disse Lindomar Alves.
Ele explica que, com o lançamento do esgoto nas redes condominiais, sem a ligação com os coletores tronco e o funcionamento das elevatórias, o esgoto estourou em vários pontos da cidade, o que gerou várias denúncias ao Sanear e Semma.  “Sem coletor e elevatória em funcionamento, as construtoras, a mando do Sanear, direcionaram o esgoto para galerias de águas fluviais que direcionam os detritos para os córregos da cidade sem tratamento. Com essa ação, o Sanear já foi até multado pela Semma”, externa Lindomar Alves.
Ainda no ano passado, a Semma identificou vários pontos onde o esgoto estourou em via pública como na Vila Poroxo, Jardim Primavera, Carlos Bezerra e Vila Ypê. Para Lindomar Alves, não adianta dizer que fizeram quilômetros de redes de esgoto se o sistema de coletores e elevatórias não está pronto. “As pessoas não estão sendo fiscalizadas, por isso muitas ligações são feitas de forma clandestina, ocasionando em diversos pontos da cidade vazamentos que vem causando fedentina”, lamenta Lindomar Alves.
RECURSOS
A licitação para as obras do PAC I, para construção da rede de esgoto, foi feita na administração do ex-prefeito  Adilton Sachetti, o qual prometia entregar a cidade com 100% de esgoto tratado. Na administração do prefeito Zé do Pátio, optaram por fazer as redes condominiais antes das elevatórias e coletores tronco. “Para instalar os coletores tronco é muito complexo pois, em muitos casos, precisam até de desapropriações com ações judiciais então, o mais fácil, seria enterrar canos”, critica Lindomar.

Mais de 500 quilômetros de canos já foram enterrados

Engenheiro Hermes mostra no mapa locais que receberam as redes condominiais

 

Em Rondonópolis, já foram construídos 500 quilômetros de redes condominiais dentro das obras previstas no PAC I, que tem recursos originados do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para execução final de 900 quilômetros de redes condominiais de esgoto. Porém, ainda faltam a instalação de coletores tronco e a construção da maioria das elevatórias para bombear o esgoto até a Estação de Tratamento (ETE), localizada na Rodovia do Peixe.
Segundo o engenheiro ambiental do Sanear, Hermes Ávila de Castro, a Vila Operária e bairros adjacentes já possuem as redes condominiais e, segundo ele,  a primeira estação elevatória desta região, localizada aos  fundos  do Jardim Primavera, já está pronta, faltando apenas a ligação de energia em alta tensão.  “Ainda faltam a construção das elevatórias localizadas no Jardim Nova Era que tem as obras adiantadas, Jardim das Flores, Vila Goulart, Maracanã, Jardim Atlântico, Vila Poroxo e Jardim Ipanema”, revelou o engenheiro.
Hermes Ávila explica que, no bairro Dom Osório, o esgoto ligado clandestinamente pelos moradores transbordou na via pública e ficou escorrendo para os coletores de galerias fluviais. “Então, a empresa responsável pelas obras apenas direcionou os canos para essa galeria para aliviar ao menos o odor”, repassou o engenheiro.

Correção dos valores teria atrasado as obras

Estação Elevatória aos fundos do Jardim Primavera ainda sem ativação

Em agosto de 2011, as empresas responsáveis pelas obras da rede  de esgoto financiadas com recursos do PAC, comunicaram à diretoria do Sanear que os valores licitados na administração do ex-prefeito Adilton Sachetti estavam defasados e precisavam de correções para que pudessem seguir o cronograma normal.
“Diante das inúmeras reclamações da sociedade sobre o problema causado pelas ligações clandestinas, o Sanear acionou as empresas responsáveis pela construção dos coletores tronco e elevatórias. As empresas se negaram a terminar as obras porque os contratos foram firmados há muito tempo e precisavam de correções com base no Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC)”, revelou o ex-secretário Lindomar Alves.
Segundo o diretor técnico do Sanear, Júlio Goulart, o problema já foi resolvido e as obras voltaram ao seu curso normal. “Foi definido um novo cronograma e, com isso, as obras devem ser concluídas no mês de novembro de 2012”, disse o diretor técnico.
De acordo com a diretora do Sanear, Terezinha Silva, o órgão reajustou 21% dos valores cobrados pela mão de obra das empresas. “Este reajuste foi com base no INPC, o problema já foi resolvido e as obras não estão paralisadas”, afirmou Terezinha Silva.

ETE também deve ficar pronta no final do ano

As obras de melhorias da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com orçamento estimado em R$ 10 milhões, também ainda não foram finalizadas. Segundo o engenheiro Hermes Ávila, a previsão de término é para novembro deste ano.
“Com a conclusão dessas reformas, o tratamento passará a receber cerca de 700 litros de esgoto por segundo. Atualmente, é captado em torno de 240 litros por segundo. O tratamento passará de anaeróbio para aeróbio, o que vai colaborar para reduzir o mau cheiro”, explicou.
De acordo com o engenheiro, o número de lagoas de tratamento que hoje são três, passará para 12. A estrutura da ETE também será dotada de laboratório para o monitoramento dos efluentes, salas administrativas e equipamentos modernos.

Coletores tronco e elevatórias

Os chamados coletores tronco são canos com diâmetro maior que recebem, por gravidade, o esgoto coletado das residências por meio das redes condominiais (redes de diâmetro menor) e direcionam, também por gravidade, até as elevatórias que bombeiam o esgoto da parte baixa até a mais alta da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).

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