iniciou nesta terça-feira, 17, nas emissoras de rádio e televisão e no primeiro dia foram apresentados os postulantes à Presidência da República e à Assembléia Legislativa.
Os principais candidatos à sucessão do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) não surpreenderam em nada ao apresentar sua pretensão em ingressar nesse cargo no pleito deste ano. O primeiro a expor seu histórico de vida e perfil de candidato, foi José Serra (PSDB), e como já esperava, ele usou dos seus principais artifícios de campanha, ou seja, os remédios genéricos e a vacina contra gripe para idosos.
Apesar de negar de usar esses projetos como forma de alavancar sua campanha, e afirmar que não gosta de ser chamado de “pai dos genéricos”, ele relatou todos os projetos realizados na área da saúde. E ainda colheu alguns depoimentos de pessoas felizes em serem beneficiadas com os projetos idealizados por Serra na época em que era Ministro da Saúde.
Para quem assistiu o primeiro dia de propaganda eleitoral do tucano José Serra percebeu o esforço que sua equipe de campanha fez para tentar sensibilizar o eleitorado. Aliás, o que se viu é que ao falar das ações para o benefício do setor da saúde viabilizado por Serra, estavam tentando “arrancar” um sentimento de gratidão da população brasileira.
EVIDENTEMENTE,
que os destaques não foram apenas para a saúde. Serra lembrou de suas realizações como prefeito da capital paulista e governador do estado de São Paulo, principalmente para a área da educação, onde enfatizou que em São Paulo, o primário para alfabetização de crianças conta com duas professoras, sendo que uma delas serve como apoio. E a construção da biblioteca municipal que possui um fabuloso acervo.
Como já é do conhecimento de todos, José Serra tem tentado construir um perfil mais popular e social e se desvincular da imagem de elitista e neoliberal, e insiste em mostrar ao Brasil que tem pretensões de governar para todos. Assim, a sua propaganda eleitoral tentou mostrar seu lado popular, onde estava em uma favela, cercado de crianças, mulheres e homens carentes, que cantarolavam a música “sai Lula da Silva e entra o Zé”. Ou seja, nada mais inerente à população do que ter um nome comum, como Zé, ou como Lula da Silva.
E TAMBÉM PARTINDO
para o apelo emocional, a presidenciável Dilma Rousseff (PT) contou sobre a época da ditadura militar, quando esteve presa por três anos. Usou depoimentos de amigas e do ex-marido para relatar seus dias de luta na década de sessenta e setenta. Para desestabilizar a imagem de mulher carrancuda e mal amada, falou do nascimento da sua filha e do seu amor de mãe. E para completar, o presidente Lula falou da sua competência como ministra de Minas e Energia e da Casa Civil.
Sua propaganda eleitoral foi tão óbvia quanto a exibida pelo presidenciável José Serra, mas não foi tão eficiente. Apesar da obviedade de mostrar seus atributos como ex-ministro de saúde e um seguidor das principais ações lulistas, apesar de fazer parte da oposição, José Serra se saiu bem melhor, e pode se dizer que foi mais feliz no resultado.
Enquanto que Dilma com aparência de primeira-dama de presidente norte americano, usando uma blusa branca e um colar de pérolas, e com lágrimas nos olhos ao falar do Bolsa Família e outros programas sociais (sendo que ela não citou os nomes dos programas, mas os caracterizou como “símbolos de respeito”, disse que não se tratavam de esmolas ao povo, mas direito e respeito), não conseguiu muita coisa. Pois, no relato de sua vida, apesar de ter enfatizado o período de Ditadura Militar, a propaganda também tentou esconder os episódios que poderiam tirar lágrimas da população brasileira, mas correriam o risco de receber duras acusações, além de outras conseqüências. Ou seja, a apresentação não ficou muito clara, ficou perdida e, principalmente, boa parte do eleitorado ainda desconhece quem é Dilma Rousseff. Mas, pelo menos sabe que ela foi uma excelente ministra, sempre de acordo com Lula, o seu grande cabo eleitoral.
MAS,
o que ficou claro mesmo foi a propaganda eleitoral de Marina Silva (PV), a qual mostrou que tem apenas um objetivo, ou seja, “Salvar o planeta”. O que se viu que o tempo de propaganda política da presidenciável não foi bem usado, esquecendo de apresentar eminentemente a candidata, mostrou um vídeo da importância do meio ambiente e os crimes cometidos pelo homem contra a natureza. É claro que isso é extremamente importante, principalmente nos dias de hoje, mas todo candidato que se preze e que tem os horizontes amplos e visão nítida da realidade do país, sabe que o trabalho deve ser feito ao meio ambiente e a sociedade. Limitar-se apenas a um setor é um tiro no pé, pois se trata do cidadão, da individualidade, e ao analisar as necessidades e os desejos de cada, saberá que não é apenas um trabalho em prol ao meio ambiente que mudará a situação deste país.
Foi um vídeo que mostrou exatamente o perfil ambientalista de Marina Silva, a qual sem dúvida nenhuma terá o apoio dos ativistas fanáticos, pois até mesmo os esclarecidos da importância do meio ambiente, sabe que tudo não trata-se apenas de uma defesa da natureza, mas um trabalho pela totalidade dos setores.
APESAR
de ser muito pouco o tempo dos outros inúmeros candidatos à presidência da República, foi muito mais bem aproveitado do que por Marina Silva. O primeiro deles, o qual é coligado ao PCO, disse que este país não é democrático, principalmente quando o voto ainda é obrigatório. Que o tempo de televisão e rádio para a realização da propaganda eleitoral é definido pelo tamanho do poder político, e que deve se romper com a corja que apenas rouba a população e deixa milhares passando fome. E assim foi a maioria dos outros discursos.
2- MAS SÃO OS DEBATES
que mostrarão o mais perto da realidade o perfil destes candidatos, e alguns debates com os principais presidenciáveis estão sendo feitos, e ontem o site UOL e o Jornal Folha de São Paulo realizaram a sabatina entre José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva, e os assuntos mais polêmicos e acusações estavam em pauta. Questões como Enem, habitação, Pro-uni, FHC, carga tributária, mensalão e aborto foram abordados durante o debate.
3- NÃO EXISTE
outra alternativa ao não ser trabalhar intensamente e esperar um crescimentos na preferência do eleitorado pela candidatura ao governo do Estado de Mauro Mendes (PSB). Ele disse que espera um crescimento gradativo e até mesmo uma vitória no segundo turno.
4-INFELIZMENTE,
no ponta pé inicial de uma campanha eleitoral, quando os políticos começam aparecer com belos sorrisos, figurino impecável, um discurso afinado sobre os principais problemas da sociedade e eficientes soluções, e engraçados jargões, o eleitorado tem alguns sintomas de ausência de memória e esquece o desempenho fracassado de alguns políticos quando conduziam algum mandado. É como se em um passe de mágica todas estas figuras se tornassem pessoas bondosas, integras, honestas, éticas e capazes de representar a sociedade sem cometer um deslize. Existe realmente uma transformação, ou seja, políticos que há muito tempo não aparecem no bairro, e de repente estão lá prontos para um grande abraço e uma longa conversa. Figuras carrancudas e antipáticas, que adotam um figurino alegre e um sorriso largo tão convincente, que nem parecem ser a mesma pessoa. Mas, para uma mudança tão grande e ágil, é necessário trabalho árduo e principalmente “esperteza”.
Parabéns pelo papo de hoje!!!!
O papo político já teve seus dias de glória… alguns meses esteve apresentando retrocesso. Agora mostra passos para um novo sucesso. Parabéns ao papo de hoje.