Nome de Bertinetti em rua gera polêmica na Câmara

O projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal alterando a denominação da atual Rua Cafelândia que passa na frente da sede do Poder Legislativo, para Rua Dr. Elmo dos Santos Bertinetti, falecido recentemente, está causando polêmica na Casa de Leis entre os vereadores Orestes Miráglia (SD), autor do projeto e Jailton Dantas (PSDB).
“O vereador Jailton vem argumentando que a legislação municipal não permite tal alteração sem assinatura dos moradores daquela rua, porém o que existe na lei é diferente do que o colega defende. Não existe um decreto garantindo que o atual nome da via seja perpetuado para sempre. Tive o cuidado de solicitar na prefeitura uma certidão sobre isso. A Câmara aprovou, mas senti um certo descontentamento do vereador Jailton Dantas, porque naquela rua morou o pai dele e amigos ainda residem ali. Ele está visitando as casas e sugerindo abaixo-assinado para revogar a lei e retirar o nome do Elmo Bertinetti. Não concordei com ele, porque outro grupo de pessoas realizou um abaixo assinado para manter o nome do Bertinetti naquele logradouro em face do que ele foi para a cidade. Tenho um abaixo-assinado com quase 60 assinaturas com número dos documentos dos que são a favor”, disse.
“Nosso saudoso Bertinetti tem uma história na cidade. Não pode vilipendiar o nome dele. Que história tem o nome Cafelândia para a cidade. O nome dele naquela rua ainda é muito pouco, pelo muito que ele foi e contribuiu para Rondonópolis. O vereador Jailton tem o direito legal como legislador, mas picuinhas têm que ser a parte”, acrescentou Orestes Miráglia.

O vereador ainda explica que por se tratar de uma personalidade importante para o município, e ter sido em vida um grande benemérito da cidade, efetuou uma consulta ao Departamento de Registos Imobiliários da prefeitura e à Assessoria Jurídica da Câmara e descobriu que a atual denominação de Rua Cafelândia não havia sido efetuada, tendo como base um Projeto de Lei aprovado pelo Legislativo; nem tampouco tratava-se de nome próprio, cujo nome pertença a alguma personalidade ligada ao município.
“Por essa razão, a alteração na nomenclatura em si não causa nenhum constrangimento ou tampouco prejuízo a quem quer que seja, restando, portanto, apenas e tão somente a oportunidade de uma justa homenagem ao benemérito gaúcho/rondonopolitano que por mais de quatro décadas trabalhou e ajudou no desenvolvimento dos mais diversos segmentos da cidade”, lembrou o vereador.
Apesar da polêmica, o projeto foi aprovado e está para a sanção do prefeito Zé Carlos do Pátio (SD).