O Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais de Mato Grosso (Siagespoc) orientou os escrivães e investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso para continuarem em greve no Estado, mesmo após o movimento ser considerado ilegal pela Justiça. Na próxima semana, a categoria se reúne em assembleia geral, em Cuiabá, para tomar novas deliberações.
“Não iremos suspender o nosso movimento, fomos nós quem decidimos que deveríamos deflagrar a greve. Portanto, só nós temos o poder legítimo para por fim ao manifesto. Peço aos investigadores e escrivães de todo o Estado que usem tal decisão absurda [greve declarada ilegal pela Justiça] como incentivo para lutarmos com mais força contra esse governo ‘ditador’ e ‘autoritário’ que aí está. Isso não nós abate, pois a luta apenas começou e o governo precisa saber que investigadores e escrivães estão lutando por uma causa justa que é salário digno”, disse em nota o presidente do Siagespoc, Cledison Gonçalves da Silva.
Conforme o sindicato, a adesão à greve no estado é 100%, porém é mantido o percentual de 30% do efetivo nos postos de trabalho. Ao todo no estado são 1.750 investigadores e 380 escrivães distribuídos nos 141 municípios.
Eles reivindicam, principalmente, reajuste salarial. As duas categorias em greve buscam realinhamento da carreira, o que representaria um reajuste dos atuais R$ 2.365 mil iniciais. A proposta oferecida pelo governo do estado foi de reajuste de R$ 2.460 mil para dezembro de 2011, R$ 2.706 para maio de 2012, R$ 2.976 para maio de 2013 e por final R$ 3.274 para maio de 2014. A categoria reivindica de imediato o reajuste previsto apenas para o ano da Copa do Pantanal.
Como forma de pressionar o governo a conceder o reajuste dos salários, os escrivães e investigadores ameaçam invadir as obras da Arena Pantanal (antigo Estádio Verdão em Cuiabá).
O Siagespoc, em nota, também orienta para que todos os policiais civis que foram convocados para trabalhar no Festival de Inverno que acontece em Chapada dos Guimarães, de 17 a 30 deste mês, não atendam a solicitação dos seus superiores quanto ao cumprimento de plantões no evento.
Além disso, o Siagespoc pediu a todos os investigadores do estado que por determinação dos delegados estão ocupando cargo de escrivão, que renunciem ao cargo, uma vez que, segundo o sindicato, não é atribuição da classe realizar este serviço.
O Estado de MT se faz de surdo e mudo às diversas categorias profissionais em suas legítimas revindicações, de modo que a arrogância e o poder dessas autoridades eleitas pelo povo subiram às alturas.