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O líder inspirador e o fim da liderança top-down

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16/4/2024 – Nº 7334 – Ano 18

O papel da liderança é questionado desde sempre. Há não muito tempo esse papel de líder era muitas vezes utilizado como sinônimo de chefia, utilizando o comando e controle como ferramenta e prática base. Infelizmente ainda há líderes dinossauros que utilizam esse modelo ou pensam desse modo. Mas obviamente que no estado atual da liderança, marcada por um cenário de mudanças rápidas e complexas com particular valorização da qualidade de vida, o modelo tradicional, top-down, de cima para baixo em tradução literal, já não faz mais o menor sentido.

Quem emerge nesse ambiente é o líder inspirador, como uma figura essencial para o sucesso das organizações. Esse líder não apenas delega tarefas e toma decisões, mas também capacita, motiva e guia sua equipe de forma a inspirar excelência e inovação, acima de tudo espalhando segurança psicológica.

A liderança top-down, caracterizada por uma hierarquia estruturada e rígida, de abordagem autoritária, tende a sufocar a criatividade e obviamente o engajamento dos colaboradores. Em contrapartida, o líder inspirador adota uma postura mais horizontal, buscando envolver os membros da equipe em processos decisórios e estimulando um ambiente de colaboração e confiança mútua.

Uma das características que mais distingue o líder inspirador é sua capacidade de comunicar-se, emprestando uma visão clara e confiável. Ele não apenas articula metas e objetivos, mas também compartilha uma narrativa convincente, combinando os valores e aspirações da organização com os da sua equipe. Essa visão de certo modo compartilhada tende a criar um senso de propósito coletivo, alinhando os esforços individuais em direção a esse objetivo comum.

Além disso, o líder inspirador utiliza a escuta ativa, normalmente permeado pela comunicação não violenta, como uma ferramenta importante, valorizando e reconhecendo o potencial de cada membro de sua equipe. Tem por hábito cultivar um ambiente inclusivo, valorizando e respeitando ideias eventualmente divergentes. Ao promover essa diversidade de experiências acaba estimulando a inovação e a busca por soluções criativas.

Há uma preocupação fundamental para o líder inspirador: a necessidade de desenvolver e capacitar os membros da sua equipe. Por isso, ao invés de impor soluções pré-estabelecidas, já padronizadas, o líder inspirador tende a estimular o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores, oferecendo suporte, orientação e oportunidades de aprendizado.

Longe de ser um paizão, sabe aonde quer chegar com sua equipe e a própria organização, mas conduz o processo de modo fluído, leve, mas contundente. Por isso, um aspecto fundamental nas características do líder inspirador é a empatia, buscando entender a realidade sob a perspectiva do interlocutor.

Aliás, compreender as circunstâncias, as necessidades, preocupações e aspirações de sua equipe, agindo com sensibilidade e compaixão contribui decisivamente para a eficiência e a eficácia desse modelo. Na prática, dessa maneira demonstra interesse genuíno por seus colaboradores e promove um ambiente de trabalho mais saudável e inclusivo.

Como disse, ser um líder inspirador não significa ser complacente ou evitar conversas difíceis. Pelo contrário, o líder inspirador tende a ser seguro, audacioso e assertivo, enfrentando desafios e conflitos de forma construtiva, mas nunca leniente, mole. Em essência, inspira por ser assim, estimulando o debate transparente e honesto, apoiando uma cultura de feedback contínuo e fluído.

O surgimento da liderança inspiradora em detrimento da decadência da liderança top-down não significa o fim da autoridade, da própria hierarquia organizacional ou da responsabilidade do líder. Na prática implica uma mudança de abordagem, de uma posição cuja influência é baseada no poder hierárquico para uma influência baseada na autoridade, apoiada no respeito, confiança e admiração.

Em resumo, a ascensão do líder inspirador marca o surgimento de um modelo mais humano e colaborativo, promovendo um senso de propósito compartilhado, combinando-o com o foco nos resultados e na competitividade organizacional.

Até a próxima.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É empreendedor, Diretor da GoJob Brasil, business advisor, mentor, Talent Hunter, articulista e palestrante –[email protected] – www.linkedin.com/in/elerihamer – Originalmente publicado no Jornal A Tribuna – www.atribunamt.com.br

 

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