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Rondonópolis
, 15 maio 2024
 
 

Ser um ser bilíngue

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(*) Jerry Mill

Aprender línguas, é sempre bom lembrar, é um direito e não necessariamente um dever de todo e qualquer cidadão, seja no nosso país ou no exterior. Falada, escrita, de sinais ou em qualquer outra modalidade, ser capaz de nos comunicarmos com nossos semelhantes deve ser considerado não apenas algo necessário à nossa sobrevivência, mas algo, até certo ponto, também altamente prazeroso no midiático mundo em que vivemos.

No entanto, se nem tudo o que planejamos e queremos no campo da Linguagem está exatamente ao nosso alcance, uma das nossas prioridades deve ser, pois, lutar para que a realidade que nos cerca esteja o mais próximo possível daquilo que idealizamos para nós mesmos e para a nossa coletividade. Mas não devemos lutar em vão. É preferível lutar com a ajuda de outras pessoas que têm desejos e planos idênticos aos nossos. Ou seja, lutar por aquilo que, em tese, vale a pena – se a alma não é pequena, como bem diz o poema Mar Português, do poeta Fernando Pessoa.

Se, ao contrário do igualmente americano Canadá, o Brasil não é oficialmente um país bilíngue, nada impede que, daqui a algumas décadas, quem sabe, o esperanto (a esperança de uns e outros), o espanhol (com chance mínima), o mandarim (meio que acreditam alguns) ou o inglês (muito mais do que provavelmente) seja a língua-irmã do português à moda brasileira, abrindo novos horizontes e novas perspectivas nos mais diversos setores da nossa vida cotidiana.

Para isso acontecer, porém, será necessário muito investimento, e não estamos falando apenas de dinheiro, mas de uma estrutura educacional sólida, confiável e eficiente, o que, mesmo passados cinco séculos desde o tal Descobrimento, convenhamos, ainda não temos, infelizmente, por estas bandas. Isso porque, no país do jeitinho, os recursos somem, as pessoas logo ficam desanimadas e os sonhos viram pesadelos. Essa parece ser a nossa sina: pensamos grande, concluímos pouco e, regra-geral, algo (muito) pequeno.

Uma vez contando com as condições ideais, alguns imprevistos ainda podem emperrar a dinâmica do processo, agora imagine, dear reader, o trabalho e o estresse que é trabalhar em condições tão esdrúxulas e adversas quanto as que os nossos poucos e bons “profissionais da educação” são geralmente submetidos no país, em especial nas instituições públicas. E, please, não se esqueça de incluir nessa receita cabulosa uma generosa pitada de ideologia, de direita ou de esquerda!

Levando-se em conta a nossa realidade atual, ser um ser capaz de se expressar em duas línguas (ou mais) no Brasil requer uma boa dose de norte e de sorte. As (poucas) escolas regulares efetivamente bilíngues são caras e, por isso também, para a elite. Enquanto isso, o nosso sistema educacional (pode observar) continua sendo usado como moeda de troca ou, entra e sai governo, fonte segura de recursos para “outras prioridades”.

P.S.: Espertos mesmo são os índios, pois muitos deles já são trilíngues, falando a língua das suas tribos, o português e o inglês – ou o espanhol, ou o francês, ou o alemão…

(*) Jerry Mill é presidente da Associação Livre de Cultura Anglo-Americana (ALCAA), membro-fundador da ARL (Academia Rondonopolitana de Letras) e associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis.

 

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