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A importância das interações durante a brincadeira na construção do conhecimento

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Inúmeros foram os questionamentos sobre as atividades propostas para as crianças da educação infantil nesse período de pandemia. Visto que ainda, infelizmente, para muitas pessoas as ofertas de atividades baseadas em interações e brincadeira para as crianças são vistas como perda de tempo. E, nesse período de aulas remotas na educação infantil, evidenciou-se a não compreensão, aliás, a falta de conhecimento sobre a importância das interações e brincadeiras para o desenvolvimento das crianças. Atualmente, a Era Digital tem contribuído para que as crianças brinquem menos de brincadeiras que envolvem movimentos e interação com outras crianças ou pessoas em geral. Por isso faz-se imprescindível destacarmos que por meio de brincadeiras, especialmente as brincadeiras com normas e organização, os professores podem criar situações desafiadoras que desencadeiam a atividade natural da criança. Nesse sentido, convêm parafrasear a psicóloga e doutora em educação Tânia Ramos Fortuna, que afirma que as estruturas mentais se desenvolvem, à medida que constatam erros ou lacunas nos procedimentos adotados pelos participantes dos jogos e brincadeiras. Haja vista que ocorre a necessidade de adoção de consciência e estratégias para uma melhor realização das brincadeiras propostas.

Ainda, concordando com Fortuna, percebe-se que nos momentos de brincadeiras, “o pensamento da criança é desafiado, desencadeando a construção do conhecimento. Isso, sem mencionar as habilidades relacionais e de ordem psicomotora exigidas nas brincadeiras”. Assim, nas brincadeiras, cabe aos professores e, principalmente nesse período de aulas remotas, aos pais e/ou responsáveis pelas crianças o dever de zelar pela realização dessas brincadeiras, contribuindo para que a criança possa criar novas possibilidades de realização, garantindo a dimensão lúdica. Por isso é fundamental destacar com clareza o papel dos professores em relação às propostas de atividades lúdicas. Visto que esses profissionais não devem ser mandantes, mas também não devem ser omissos nesse momento pandêmico, pois, vale enfatizar que as crianças têm o direito de brincar independentemente do cenário que o país encontra-se. Pois, os professores (nesse momento atípico, juntamente com a família) que zelam pelas brincadeiras precisam realizar intervenções abertas, problematizando e apoiando as crianças nas realizações das brincadeiras (Fortuna, 2012).

De acordo com Vygotsky, precursor no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida, as relações com os outros, acontecem por meio de atividades tipicamente humanas. Partindo desse pressuposto, compreendemos que por meio das brincadeiras as crianças desenvolvem-se, interagem com os outros e, além disso, assimilam diversas situações do cotidiano. Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (Brasil, 1998, p. 27, v.01): O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos.

Conforme Zanluchi (2005, p. 89), “quando brinca, a criança prepara-se para a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas.” Dessa forma, realçamos que a brincadeira contribui significativamente para o desenvolvimento infantil, pois por intermédio da mesma, a criança entra no mundo do faz de conta, criando atitudes que são essenciais para que ela consiga resolver diversas situações ao longo da vida.

Diante do exposto, destacamos que a brincadeira é fundamental para o desenvolvimento da criança. E, por isso, devemos garantir a elas esse direito de aprendizagem garantido na Base nacional Comum Curricular (BNCC) que reafirma a importância da oferta de brincadeiras na educação infantil, a fim de que por meio do direito de brincar, os demais direitos de aprendizagem possam efetivar-se. Pois, ao brincar a criança tem a oportunidade de participar, conviver, explorar, expressar e conhecer-se. Ademais, nós adultos não podemos permitir que a infância de nossas crianças seja negada, nesse momento em que o lúdico é tão necessário para fazer com que os sonhos e encantos das crianças sejam mantidos e ampliados, mesmo em tempos de pandemia.

 

(*) Luciene Teodoro das Chagas Passos, Lhays Ingryd Soares Leite, Eliane Aparecida Ribeiro de Amorim e Ordalina Pereira Portela; professoras da Rede Municipal de Educação de Rondonópolis

 

 

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