Ao entrar num restaurante
Alguém veio em minha direção
Homem educado e gentil
Apertou a minha mão
– Posso me sentar?
Ele perguntou
Surpresa, respondi:
– Sente-se ai por favor
Conversa produtiva
Nascia ali uma amizade
O que me surpreendeu
Perguntou a minha idade
Olhando firme, respondi:
– Não tenho idade certa
Atravessando obstáculos
Adquiri rugas na testa
Bebi água das nascentes
Dos rios e enxurradas
Para matar minha sede
Ou a sede me matava
Algumas cicatrizes da alma
Ficaram das lutas vencidas
Batalhas cruéis e sangrentas
Não tive guerra perdida
Tenho admiração por muitos
E conhecimento profundo
Só tiro o chapéu para Deus
O maior arquiteto do mundo
Problemas tem solução
Tem que saber resolver
São sombras que nos acompanham
Não temos onde esconder
O meio ambiente me ensinou
Conhecimentos gerais
Amar e ter liberdade
Aprendi com os animais
Nadei contra correnteza
Preservei minha fé
Dos ideais e dos sonhos
Andei descalça e a pé
Falei tudo sobre mim
Quer saber a minha idade?
Faça você a soma
Te dou total liberdade
(*) Arlete Alves Arcoverde é poeta e moradora em Rondonópoli