Como é sobejamente sabido, não só por estas bandas como em todo o Mato Grosso, antes da referida divisão todas as cidades acima citadas, acrescidas de Jaciara, Primavera do Leste, Barra do Garças, Pedra Preta, e outras deste lado do horizonte, pertenciam à REGIÃO LESTE do estado; tanto é verdade que os jornais de Rondonópolis se chamavam TRIBUNA DO LESTE e CORREIO DO LESTE; nossa Exposição Agro-Pecuária se intitulava EXPOLESTE; a primeira Loja Maçônica da cidade recebera a denominação de ESTRELA DO LESTE; Guiratinga tinha o carinhoso epíteto de PRINCESINHA DO LESTE; e assim por diante… Não se trata de invenção minha; é só consultar os livros de História de Mato Grosso.
O que não dá para entender, é o seguinte: como uma REGIÃO LESTE passa inexplicavelmente para REGIÃO SUL… Ora, não é preciso ser nenhum expert em Geografia para perceber que, no corte de um estado ao meio, o LESTE, ‘caminhando’ para o sul, torna-se SUDESTE (onde se situam Rondonópolis, Poxoréu, Guiratinga, Itiquira, Pedra Preta, Alto Garças, Barra do Garças, Alto Araguaia e outras); o centro ‘desce’ e se transforma no novo SUL (Cuiabá, Várzea Grande, Livramento, Leverger, Melgaço, Poconé e Cáceres, além do pantanal); e o oeste, rumando ao sul, vira SUDOESTE (Pontes e Lacerda, Mirassol, Vila Bela, Quatro Marcos e outras). Deixar de reconhecer isso, é o mesmo que, por força de interesses inconfessáveis, violar despudoradamente o atual mapa territorial de Mato Grosso!
O que se espera da imprensa mato-grossense, e principalmente das autoridades políticas do nosso estado, e em especial do nosso município, considerado pólo regional –, é que essa anômala e vexatória denominação de nossa região seja corrigida, sem mais delongas, não só pelo devido respeito ao sentimento daqueles que por aqui nasceram ou vivem há longos anos, como também pelo respeito ao mapa territorial de Mato Grosso. Se não fizermos isso hoje, por covardia ou omissão, esse erro bisonho será, com certeza, extirpado de nossa história pelos pósteros, quando formos representados por políticos sérios e lúcidos, ante a perplexidade que terão de nossa leviandade moral ou teratológica ignorância…
(*) Ailon do Carmo é advogado e historiador local e membro da Academia Mato-grossense de Letras. Email: [email protected]
Senhor Ailon,coisas acontecem em Mato Grosso que até Deus dúvida.