Depois da eleição o que se ouve são as lamentações daqueles que não conseguiram eleger seus candidatos. Pensam que tudo está perdido e os que foram eleitos vão deixá-los esquecidos. É certo que vivemos em um mundo de mudanças e incertezas em todos os segmentos sociais e, às vezes, nos sentimos enfraquecidos, sem vontade de continuar a batalha, mas devemos unir forças, coragem e não permitir que o desânimo, descaso, a vingança ganhem espaço em nossos corações.
Não quero aqui confortar ninguém, mas a única alternativa neste momento é direcionar o olhar para o futuro, esquecer as diferenças políticas, deixar o egoísmo, a insatisfação, enfim, “não chorar pelo leite derramado”. É hora, sim, de darmos o apoio necessário aos novos dirigentes, com vistas à construção de uma Rondonópolis melhor. Devemos adotar os princípios morais e éticos de pessoas comprometidas não só com interesses pessoais ou de grupos, mas com os interesses de toda a coletividade, ou seja, devemos agir em prol dos interesses de toda a população rondonopolitana.
Escolhi com muito esmero meus candidatos, considerando as propostas que foram apresentadas. Mas, na atual conjuntura política do país, fica a dúvida: será que vão cumpri-las? Penso que esta é a dúvida de muitos de nós, no entanto, não é possível afirmar nada antes de ver o resultado do trabalho que cada um vai desenvolver ao longo do tempo. Neste momento, só nos resta acreditar que vão desenvolver com competência aquilo que prometeram, ou seja, é cedo para julgamentos. Devemos é acompanhar e cobrar o compromisso e a coerência propagada durante o período de campanha de todos os que foram eleitos. De minha parte, espero que incluam como prioridade a luta por uma cidade livre da intolerância e da violência de qualquer natureza.
Este ano foi o ano da renovação, começando pelos organizadores da campanha que agiram com muita competência, renovação na Câmara dos Vereadores, renovação nas propostas dos candidatos a prefeito, enfim, somos privilegiados por ter a oportunidade de demonstrar de uma forma não tão democrática, pois o voto é ainda obrigatório (exceto para menores de 17 anos e maiores de 70), mas podemos escolher quem acreditamos que melhor vai trabalhar por uma harmonização da sociedade porque, hoje, vivemos à mercê da violência que tem atingido todas as camadas sociais e deixando muitas famílias sem seus pares, destruídas, enlouquecidas, sem rumo ou direção.
Outra coisa que me chamou atenção durante este processo eleitoral é que os rondonopolitanos estão dando um show de consciência política, não se pode dizer que são “analfabetos políticos”. Demonstraram que não aceitam mais que alguns desavisados “passem mel na sua boca” e fica tudo bem. Que “tapinha nas costas” não elege mais ninguém, a prova disso foi o resultado da eleição.
Faço um apelo a todos aqueles que infelizmente não obtiveram êxito com seus candidatos, não critiquem, não julguem, não olhem com descaso, mas pensem positivo e juntos vamos lutar, cobrar e usufruir do crescimento da nossa cidade. Não nasci em Rondonópolis, mas sou rondonopolitana de coração. Amo esta cidade, aqui fui bem acolhida, porque se tem uma coisa que o povo dessa cidade sabe fazer muito bem é ser receptivo, amável, gentil e companheiro. Aqui criei raízes e dei frutos, sinto muito orgulho de minha filha ser rondonopolitana nata.
Não pensem que sou utópica, mas quero acreditar que as promessas de campanha quanto à valorização dos professores dessa cidade se efetivará;
Quero acreditar que os nossos novos dirigentes realmente não irão “olhar pelo retrovisor” e, sim, vão buscar melhorias para Rondonópolis onde e com quem for necessário, sem olhar as diferenças políticas;
Quero acreditar que as famílias de baixa renda terão a concretização de seus sonhos quanto à moradia, saúde de qualidade, educação efetiva e sem “ achismos”;
Quero acreditar que a educação inclusiva não seja vista como caso isolado e que as escolas que recebem crianças portadoras de necessidades especiais terão respaldo efetivo de profissionais especializados;
Quero acreditar que a segurança pública de Rondonópolis será exemplo para outros municípios;
Enfim, quero acreditar que o novo gestor, durante os próximos 04 anos, fará a diferença em nossa cidade!
(*) Ângela Vieira do Nascimento, professora da rede pública municipal de ensino e bacharel em Direito
Ângela Vieira do Nascimento, parabéns pelo texto em si e, principalmente pela reflexão que você fez sobre a última eleição de Rondonópolis. Gostei de praticamente tudo o que disse, mas quando você afirmou que: “Não nasci em Rondonópolis, mas sou rondonopolitana de coração. Amo esta cidade, aqui fui bem acolhida, porque se tem uma coisa que o povo dessa cidade sabe fazer muito bem é ser receptivo, amável, gentil e companheiro. Aqui criei raízes e dei frutos, sinto muito orgulho de minha filha ser rondonopolitana nata”, simplesmente me coloque em seu lugar, se é que você me permite isto. Ora, conheço umas duas mil cidades brasileiras nos estados de: MG, MT, MS, TO, GO. DF, SP, RJ, BA, PA e MA. Em muitas delas tive o privilégio de dar aulas e/ou palestras. Não menosprezo nenhuma delas, no entanto, uma coisa você disse e eu concordo em grau, número e gênero contigo: “o povo rondonopolitano é amável, recptivo, gentil e companheiro”! Eu sou professor uniersitário e agradeço muito ao povo de Rondonópolis por ter me dado apoio que eu precisava em momentos difíceis de minha vida acadêmica. Mesmo porque chegeui aí em 1987 com apenas a 4ª série do ensino fundamental e cursei supletivo da 5ª a 8ª e o ensino médio no CES (Centro de Estudos Supletivos) Alfred Marien e, graças a Deus e a ajuda de muitos amigos rondonopolitanos, consegui sair daí em 2000 com o Diploma de Mestrado em minhas mãos. Meus dois filhos também são rondonopolitanos, com muito orgulho.
Abraços a todos.
AIRES JOSÉ PEREIRA