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Rondonópolis
, 21 maio 2024
 
 

Os desvarios eleitorais de Rondô

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“considero os ‘desacertos’ eleitorais acima como fruto de uma população ainda imatura para votar, sujeita não só a grosseiros erros de avaliação pessoal, como também ao fascínio do poder econômico e ao lastimável equívoco entre o dever cívico de votar e a ruidosa farra eleitoral”

A julgar pelo deprimente resultado das urnas, nas eleições municipais deste ano, em nossa cidade, forçoso é admitir que os nossos profissionais da imprensa, sejam da escrita, falada ou mesmo televisada, não desfrutam mais daquele prestígio que a categoria usufruiu, há algum tempo. A que se deveria atribuir esse suposto ‘declínio’ de admiração e respeito do povo por tais profissionais? Não estariam eles, talvez, cumprindo satisfatoriamente seu sagrado sacerdócio de defesa dos interesses públicos?
Nunca será demais lembrar que, nas eleições de 15.11.1972, o jornalista e radialista Aroldo Marmo de Souza chegou a obter, como candidato a vereador, votação recorde na história política de Rondonópolis, do estado e até mesmo do país: 15,50% dos votos válidos no município, equivalentes hoje ao assombroso montante de 18.600 votos, considerando-se o atual contingente de 120.000 eleitores… No pleito eleitoral de 2008, o radialista João Gomes conseguiu a proeza de ser o mais votado, com mais de 3.000 votos.
Nas eleições municipais deste ano, concorreram SEIS integrantes da imprensa: Orestes Miraglia, João Gomes, Paulo Iran, Anselmo de Oliveira e Jânio Silva (rádio); Ailon do Carmo (rádio e jornal); e Carlos Vanzelli (televisão). NENHUM foi eleito! O próprio João Gomes, de mais de 3.000 votos caiu para 222… À exceção de Vanzelli – que mesmo assim não fora eleito –, os demais tiveram votação decepcionante e até indigna dos relevantes serviços por eles prestados à cidade, nos mais diversos setores da mídia.
E o que dizer das mulheres candidatas?  Das 85 concorrentes, NENHUMA conseguiu se eleger, em que pese a existência de nomes reconhecidamente capacitados para integrarem o extenso rol de 21 vereadores da nossa Câmara Municipal, dentre os quais cito, apenas a título de ilustração, Profª Paula, Mara Oliveira, Sandra Raquel, Dra. Ângela, Dra. Sunamita e Deyse Lopes. Se alguém afirmar que “a voz do povo é a voz de Deus”, com certeza estará subtraindo de Deus a onisciência divina, para doá-la aos impuros mortais…
Considero os ‘desacertos’ eleitorais acima como fruto de uma população ainda imatura para votar, sujeita não só a grosseiros erros de avaliação pessoal, como também ao fascínio do poder econômico e ao lastimável equívoco entre o dever cívico de votar e a ruidosa farra eleitoral… Sobre a eleição de Percival para prefeito, digo apenas que ele era o chamado “óbvio ululante”, de Nelson Rodrigues: a rigor, ele não tinha concorrente… Nem tem! Quanto à imprensa e às mulheres, o povo cometeu um dos seus maiores desvarios…

(*) Ailon do Carmo é profissional da imprensa local, e membro da Academia Mato-grossense de Letras

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  1. Acontece que o povo não vota em pessoas que usam o poder da midia p/fazer politica.Os rondonopolitanos sabem muito bem o valor do voto.As pessoas citadas por Vc. usam e abusam do poder da midia p/elogiar a si próprio. Sigam o exemplo do seu colega jornalista Agnelo Corbelino, que apresentava prestigio suficiente p/se elegar, mas preferiu a liberdade da imprensa para não ter comprometimento politico com partidos. O VERDADEIRO JORNALISTA É AQUELE QUE TEM LIBERDADE DE FALAR O QUE PENSA DOE A QUEM DOER.

  2. É lamentável que um membro da academia Mato-grossense de Letras tenha se dado ao trabalho de redigir tamanha bobagem. Para quem lê parece apenas uma dor de cotovelo por não ter sido eleito, ainda insultando os eleitores. A citação “Relevantes serviços por eles prestados à cidade” é muito subjetiva e com certeza nem todos partilham desta opinião. O que é certo é que todo bom profissional deve fazer juz ao salário que recebe, e trabalhar de pelo bem coletivo (prestando serviços à cidade? A sociedade?). Já ouviu falar em responsabilidade social? Agora já que falamos de jornalistas, sem citar nomes, acho que a população (“sujeita não só a grosseiros erros de avaliação pessoal”) talvez tenha se percebido que o bom jornalismo é saber captar a informação (de preferencia as boas informações) analisá-las de forma clara e totalmente imparcial (dentro das possibilidades da imperfeição humana) e não dar murros na mesa, xingar, criticar à exautão este ou aquele. É muito fácil e teatral descrever o errado aumentando sua extensão até onde os interesses aqueles que com microfones na mão os queiram levar. Ou pior ainda, fazer o certo virar errado. Portanto, espero que o Sr. continue “prestando relevantes serviços a sociedade” como todo bom jornalista deve fazer. Mas não espere que por isso eu vote no Sr. Aliás, o sr. nem pediu o meu voto!

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