Puxei uma cadeira de pinho
Sentei num canto do meu quintal
Queria muito ficar sozinho
Combater meu baixo astral.
Tem dia que a gente acorda assim
Desanimado, com mau humor
Explode feito estopim
Seria falta de amor?
Talvez seja esse o motivo
Que atinge uma pequena minoria
Um mal vulnerável e nocivo
Que infecta a mente e se irradia.
Chega a momento imprevisível
Na carruagem do vento
Deixando-nos em um estado horrível
Com raciocínio mais lento.
Porém, tenho a solução que tudo muda
Faço uma oração pra Maria,
Segurando um galho de arruda
E tão logo volta a alegria.
Minha figueira é conivente
Assiste toda cena inerte
Eu sou supersticioso e crente
Que a fé remove e inverte.
E assim que melhoro, levanto
Pego a cadeira e volto pra casa
A felicidade ocupa seu canto
Meus sonhos voam sem asa.
(*) Francisco Assis Silva é bombeiro militar – email: [email protected]