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, 16 maio 2024
 
 

Mais um legado de Marcos dos Reis

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noConheci o ex-vice-prefeito Marcos dos Reis no ano de 2004, ao ser convidada por ele para assumir a gerência do Programa I-deia de Incubação de Empresas, Incubadora esta ligada ao Instituto sem fins lucrativos I-GEOS, idealizado e presidido até então pelo próprio Marcos.
Na época, eu trabalhava há 2 em uma outra instituição e quando tive minha primeira conversa com o Marcos dos Reis, percebi que seria uma oportunidade ímpar de iniciar um projeto desafiador, que poucos sabiam ao certo como funcionava e já pressentia naquele tempo que iria respirar inovação, empreendedorismo, ciência e tecnologia, enfim… Entrei em um movimento nacional, que passou a fazer parte do meu sangue, que me leva a defender, de várias maneiras, o empreendedorismo inovador como uma forma especial, porém vagarosa, de promover o desenvolvimento sustentável de uma determinada região.
Era assim que o Marcos pensava na Incubadora I-deia e no Instituto I-GEOS, como importantes ferramentas de apoio ao desenvolvimento de negócios inovadores e geração de emprego e renda para os empreendedores apoiados. Tanto que, ainda em 2002, conseguiu fazer com que o Ministério da Justiça reconhecesse o I-GEOS como OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, justamente para fazer deste Instituto um importante pilar de apoio ao poder público de Rondonópolis no desenvolvimento de projetos que fossem realmente de interesse da nossa sociedade, sem nenhum tipo de ligação ou paixão político partidária.
Muitos foram os momentos de aprendizado. Em alguns, ele me mostrou o qual deve ser nosso respeito com a “coisa” pública, a correta aplicação dos recursos públicos que nos são confiados, persistência de começar um projeto, acreditar nele e levá-lo até as últimas consequências (mesmo, quando ninguém mais acredita nele), com transparência e idoneidade, preocupar-se com o momento de prestação de contas destes recursos, que começa na hora que o projeto é aprovado, antes mesmo de se receber o primeiro real, e como sempre me dizia: “tem que ser feito dentro das normas, legalmente, afinal, quem quer ter problema com o Ministério Público?”
Aprendi ainda que, tem hora que tem que ser duro, dizer não, mesmo que para isso tenha que passar por chato, ou “bravo”, como alguns dizem daqueles que tem uma tez sisuda. Certa vez me disseram: “o Marcos é chato, mas um chato necessário, daqueles que tudo tem que ser bem feito, com o rigor da lei e da transparência”.
Ao assumir o Sanear, em 2005, não foi possível para ele continuar à frente do Projeto da Incubadora e eu e mais alguns visionários, entre eles professores, profissionais liberais e outras pessoas da antiga diretoria do I-GEOS, continuamos tocando o projeto Incubadora I-deia e o I-GEOS, imprimindo sempre o que aprendemos com ele, a levar tudo com honestidade e transparência. Hoje, o I-GEOS e a Incubadora I-deia são reconhecidos nacionalmente como  Instituições sérias e importantes no apoio à inovação, ao desenvolvimento da ciência e tecnologia no Estado e Região Sul, contando com recursos aprovados em projetos de instituições de peso no Brasil, como CNPq, FINEP, FAPEMAT, SEBRAE NACIONAL e SECITEC.
Aquele projeto pequeno e sem que muitos acreditassem ou soubessem o que é esse negócio de “incubar empresas” conta atualmente com 12 projetos incubados, que juntos geram 142 postos diretos de trabalho, coordena em parceria com SECITEC e SEBRAE a rede mato-grossense de Incubadoras de Empresas – INOVA MT, além de exportar tecnologia de software para Estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Pará, além de atender o próprio Mato Grosso.
É como dizem por aí, nos encontros de incubadoras do Brasil, que o “bicho do mato” (em uma referência a uma empresa incubada aqui em Rondonópolis) está vendendo tecnologia para estados com maior expressão na área, como é o caso de São Paulo e Minas Gerais.
O Instituto I-GEOS, idealizado pelo Marcos, está crescendo, atuando muito em questões de elaboração de projetos sociais, tentando à duras penas continuar os trabalhos de Incubação de Empresas com a I-deia, atuar como importante articulador de apoio a inovação, ao empreendedorismo e servir como pilar de desenvolvimento sustentável do município, em razão de seu reconhecimento como OSCIP. Talvez, por falta de apoio, a Incubadora seja obrigada e fechar suas portas, já que não existem incubadoras sustentáveis no Brasil, todas dependem de políticas públicas para seu funcionamento, mas há sempre que existir pessoas que estão à frente de seu tempo como o Marcos dos Reis, que atuam no presente e se permitem ter ideias e colocá-las em prática, para darem frutos no futuro.
Eu só queria com este texto lembrar de que além de vários outros projetos iniciados pelo Marcos dos Reis em Rondonópolis e citados em vários jornais após sua morte, a Incubadora I-deia e o I-GEOS também se iniciaram com suas articulações e não seria justo não lhe dar este reconhecimento público por mais este legado.
Obrigada Marcos Reis por tudo que me ensinou e pela chance de participar de um projeto tão apaixonante, que foi idealizado e sonhado por você há 08 anos e hoje os frutos estão aí, para todos verem. Sinto muito que sua morte tenha vindo tão prematuramente, pois mesmo afastado da Incubadora I-deia, contribuía muito com nosso Estado pelo excelente técnico que sempre foi. Em nome de todos que fazem a I-deia e o I-GEOS atualmente, desejamos que esteja na paz de Deus!

(*) Ângela Damian é administradora, presidente atual do Instituto Tecnológico OSCIP I-GEOS e presidente do Conselho Deliberativo da Incubadora de Empresas I-deia em Rondonópolis

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  1. Pena, pena mesmo que muitos bons se vão muito cedo, enquanto que muitas ervas daninhas aqui permanecem para infernizar ainda mais a vida da gente. Seria isso uma provação?

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