Comentários no atacado

Há um bom tempo que venho observando as mesmas coisas se repetindo quase que diariamente em nossa cidade e na grande mídia e isso me levou a pensar mais um pouco. Será que estamos caminhando em círculo, ao invés de partir em frente? Estamos nos acomodando ou aceitando uma enxurrada de coisas nada ortodoxas como normal? Perda de valores morais?
Ao que parece, estamos perdendo valores morais, de modo que isso acarreta em retrocesso, pois são raízes familiares e sociais que deveriam ser inalienáveis. Está faltando harmonia e nessa harmonia deveria conter decência e honra, honestidade e respeito e assim por diante. Mas aqui no Brasil não é isso que estamos vivenciando em nosso dia a dia.
A nível local, foram três meses de chuvas, com consequências bem desagradáveis. Em São Paulo, então, todos os anos as mesmas cenas, inundações por todos os lados e gente morrendo, mas o cerne da questão nunca é atacado, somente paliativo, de modo que a população também tem sua culpa, principalmente devido à falta de cuidados para com o lixo doméstico. Poucos fazem o dever de casa. Por aqui muitos não fogem à regra.
Inundações e destruição em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, com mortes e centenas de desabrigados. Desabamentos e inundações no interior de São Paulo, em Minas Gerais, em Angra dos Reis (local turístico) no Rio de Janeiro, com diversas mortes. Os fatores que proporcionaram essas catástrofes são vários, dentre eles a construção de casas e restaurantes em áreas de risco. Houve omissão do poder público.
No caso da dengue, a omissão é generalizada, tanto de nossa população quanto das autoridades responsáveis. Virou epidemia. São dezenas de casos registrados diariamente em nosso PA (Pronto Atendimento) e no geral são milhares. Medidas de contenção estão sendo tomadas, mas é insuficiente. O ideal seria a utilização em toda cidade do carro “fumacê”, mas isso não vem ocorrendo, apenas bomba costal. De acordo com o Ministério da Saúde para se utilizar o carro fumacê numa cidade, a contaminação deve estar em 4,5% da população. Consideramos isso um absurdo, pois pessoas estão morrendo.
No Rio de Janeiro há muito que o terror impera em diversos morros da cidade e mata-se a troco de nada e tudo devido às drogas e está longe de acabar. Em nossa cidade, observando as proporções, a matança é enorme, na maioria das vezes por envolvimento com drogas e motivos fúteis. Os roubos e furtos são uma constante, de modo que ninguém se sente seguro, mesmo dentro de casa. A polícia prende e em poucos dias os meliantes estão de volta às ruas para dar continuidade às atividades criminosas e isso devido a leis ultrapassadas e complacentes, deixando juízes e promotores de mãos amarradas.
Assaltos a bancos são uma constante em nosso país, como também os estupros a as mortes no trânsito.  As filas em bancos nunca acabam. A Educação deixa a desejar e a Saúde está um caos. As rodovias em péssimo estado de conservação, com gente morrendo diariamente. Os impostos são altíssimos, em contrapartida o retorno é irrisório, de deixar o cidadão estarrecido, praticamente anestesiado.
Quanto aos nossos políticos, estão, de modo geral, em decadência, sem a devida credibilidade por grande parte de nossa população, levando-se em conta principalmente deputados estaduais e federais e senadores. Existem exceções é claro, pois sempre em “meio ao joio temos trigo de excelente qualidade”. E agora, no caso mais recente, o governador do Distrito Federal preso não por que é acusado de desvio de  dinheiro público, mas por obstruir a justiça e corromper testemunha.
Qual é o legado que estamos deixando para as futuras gerações?

(*) ORLANDO SABKA é morador em Rondonópolis – E-mail: [email protected]