Depois de trancar o depósito
Tornei a abri-lo novamente
Para atender um casal
Com pinta de boa gente
A mulher muito bonita
E trajada decentemente
Eles me compraram erva doce
Nós Moscada e coloral
Dez quilos de pimenta em pó
De açafrão todo o total
Duzentos e vinte e cinco reais
Uma boa venda afinal
Depois me levaram em casa
Com a maior boa vontade
Eles formam um casal simpático
Gente fina de verdade
Ela se chama Patrícia
E é uma linda beldade
O nome dele eu esqueci
Não consigo me lembrar
Essa minha velha cabeça
Já começa a pipocar
Mas eu simpatizei com ele
E torço para ele voltar
Eu dei um poema para ela ler
Ela leu corretamente
E ficou muito admirada
Me disse que gostou realmente
E este é mais um casal
Que se tornou amigo da gente!
(*) Valdir Xavier é poeta e morador em Rondonópolis
SEGREDO E MEDO
Guardo entre sete chaves
O meu segredo
Ninguém pode saber nada não
Porque morro de medo.
Toda a criança tem um segredo
Eu também tenho um
Eu morro de medo
De alguém descobrir o meu
Vou vivendo com medo
Guardando o meu segredo
Nem para o meu melhor amigo
Sou capaz de confessá-lo
Quando eu não tiver mais medo
Conto-lhe o meu segredo
Mas ainda sou muito pequeno
Tenho medo do veneno
Da surra que meu pai pode me dar
Se o meu segredo eu lhe contar
Por isso guardo entre sete chaves
O meu maravilhoso segredo
Com muito medo.
Poema publicado na página 31 do livro “SONHOS DE CRIANÇA” lançado em Araguaína – TO em outubro de 2008. Aires José Pereira é poeta por gosto e por pirrraça que acredita nas palavra transformadora de homens e de espaço; possui 11 livros publicados; é co-autor do Hino Oficia de Rondonópolis; é membro da ACALANTO – Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense e prof. da UFT no curso de Geografia.