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Pacientes recebem conforto de internautas

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noPara ajudar não é preciso sair de casa, nem doar dinheiro ou sequer gastar muito tempo. Bastam alguns cliques para o voluntário virtual doar palavras de conforto e encorajamento a pessoas com câncer. O projeto Doe Palavras é uma iniciativa do Instituto Mario Penna, de Belo Horizonte (Minas Gerais), mas os internautas mais solidários do País moram na cidade de São Paulo.
Só do computador da aposentada paulistana Nirley Silva Araújo, 46 anos, saíram 40 mensagens. Juntos, os moradores da capital enviaram mais de 205 mil e-mails, de um total de 962 mil – há, inclusive, recados vindos de outros 119 países. Todas as frases enviadas pela internet são projetadas de maneira ininterrupta em 12 telões, que foram distribuídos nos dois hospitais e nas duas casas de apoio da instituição. Cerca de 10 mil novas mensagens chegam diariamente.
De acordo com o superintendente do instituto, Cássio Eduardo Rosa Resende, o fato de São Paulo estar na liderança do envio de palavras é resultado do próprio estilo de vida da metrópole. “Como é uma cidade de muito trabalho, onde tudo é muito denso, as pessoas querem participar dessa vida de comunidade que não têm, então encontram na internet uma maneira de exercitar a solidariedade e seu lado bom”.
No Instituto Mario Penna, que atende cerca de um milhão de pessoas por ano, os equipamentos ficam em locais estratégicos, como as salas de quimioterapia, radioterapia, espera e recepção. Enquanto são atendidos, os doentes e acompanhantes podem ler as mensagens de apoio enviadas por anônimos e famosos. O vice-presidente do País, José Alencar, que conhece bem a luta contra o câncer, já enviou palavras de esperança aos pacientes. O empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, também participou, assim como vários artistas de TV.
O sucesso da iniciativa surpreendeu os mineiros. Só nos primeiros três dias, as frases já chegavam a 50 mil. O volume é tanto que cada uma fica no ar apenas por 10 segundos. As mensagens são recebidas por um computador central, no qual se revezam três funcionários, de modo que sempre há alguém online. Eles leem os recados e só os bloqueiam se forem ofensivos ou de intolerância religiosa. Mas, até agora, esse tipo de mensagem não passou de 50.
Dentro de dois meses, o site será em inglês e espanhol para facilitar o acesso dos estrangeiros. O projeto também vai virar, ainda neste ano, um livro de frases que será enviado gratuitamente para todas as instituições do Brasil que tratam de pessoas com câncer.
Segundo Resende, o aspecto emocional é um coadjuvante na recuperação de pacientes com câncer. “O ‘Doe Palavras’ é um componente na cura. Se não tiver essa cura, pelo menos os pacientes ficam confortados nesse momento de grande fragilidade”, diz.
Grande parte das frases fala de Deus e da importância da fé, sob o enfoque de várias religiões. Há também mensagens de outros países: China, Coreia do Sul, Irã, Namíbia, Botswana e Líbia, por exemplo.

Com o telão, revistas ficam de lado

“Quando a gente descobre que está com câncer, acha que vai morrer. Ler essas frases de incentivo é um consolo. Dá vontade de caminhar para frente”, afirma a empresária Marcia Cristina Silva, de 38 anos, que se trata de um tumor no intestino no Hospital Mario Penna. Já se submeteu a 15 radioterapias e a quatro quimioterapias. No hospital, tem contato com outros doentes em profundo sofrimento. “Lendo as mensagens recebo apoio de quem está fora do problema. É uma grande força”.
Vinda de Contagem, em Minas, a aposentada Aparecida de Oliveira, de 52, passou por 11 cirurgias e agora está fazendo quimioterapia por causa de um melanoma de pele. Presta atenção nas mensagens dos telões e repara na reação das pessoas ao redor “É interessante porque a maioria deixa de prestar atenção na televisão ou em revistas para se concentrar no telão, mesmo os idosos”.
Para ela, quem está com câncer enfrenta uma guerra. “Essas palavras são um incentivo para a gente vencer. Eu acredito nisso”.
O psicólogo Osvaldo Gonçalves da Rocha Júnior, da Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer (Abrapec), diz que a iniciativa do instituto facilita a adesão do paciente ao tratamento. “Isso é uma forma de apoio e a experiência nos mostra que as pessoas que se sentem apoiadas pela família ou pela rede de amigos aderem ao tratamento. Quem sente-se sozinho, tem essa vontade comprometida”.

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1 COMENTÁRIO

  1. Olá, amigos estou emocionado, chorando aqui por saber que vocês estão aí recebendo as mensagens. Isto é um presente para vocês porque muitos nem tem uma palavrinha de conforto, um feliz natal e ano novo um abraço a todos!!!!

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