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Rondonópolis
, 15 maio 2024
 
 

Um tema para campanha

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Em época de campanha política, os três temas que mais se revertem em votos são saúde, segurança e habitação. Considerando a nossa precária distribuição de renda regional, elas se tornam ainda mais evidentes. Infelizmente, qualquer iniciativa fora dessas questões é para quem já tem um excelente patrimônio político e pode se dar ao luxo de propor algumas alternativas de desenvolvimento.
Existe uma lógica perversa nisso. A falta de interesse da classe política pela beleza da cidade, principalmente do verdejante das árvores e o colorido das flores, é de um lado o reflexo da filosofia e dos valores da própria população.
É compreensível, dado que a ampla maioria da população ainda está mais preocupada em ter segurança, acesso aos elementares benefícios dos serviços de saúde e moradia, do que com o meio ambiente da urbe. Por consequência, não vai se preocupar em votar nos políticos que pensem e ajam sobre a estética, a limpeza e o saneamento da cidade, somente para ficar em alguns exemplos.
É perverso, porque o desenvolvimento é muito mais do que crescimento. O crescimento, normalmente medido em valores absolutos como produto interno bruto, renda, crescimento populacional, nem sempre redunda em desenvolvimento, que significa bem estar equitativo para a população, acesso equilibrado naquilo que os recursos financeiros podem fornecer. Algo que aqueles que estão na parte superior da pirâmide já possuem, entre eles a maioria da classe política.
Esta questão é tão séria por aqui que mesmo as questões de acessibilidade têm evoluído a passo de cágado. As nossas vias para pedestres assim como as calçadas ainda são uma mostra de como não fazer urbanismo. Ou dito de outro modo, como se fossemos uma cidade onde apenas transitássemos motorizados.
Rondonópolis sequer tem 60 anos de emancipação política. Não é cidade antiga, mas possui os problemas de uma. Temos exemplos às dezenas pelo Brasil, de cidades que foram elevadas a condição de município há mais de 150 anos e não possuem os problemas urbanos que experimentamos por aqui.
A incidência premente da política populista tem contribuído para essa situação expansionista de bairros sem estrutura ou da falta de correção daqueles já existentes. Se quisermos o desenvolvimento, nossos gestores precisam fazer mais e falar menos. Não é apenas uma questão de falta de interesse e pulso de alguns prefeitos que ocuparam o paço municipal, mas principalmente de toda uma população que negligencia o bem estar coletivo em detrimento do individual.
Rondonópolis, apesar de todo o crescimento que tem experimentado e o potencial que se avizinha com os investimentos programados (o futuro é inquestionavelmente promissor) ainda deve muito em termos de desenvolvimento sobre o bem estar urbano.
Dia da árvore e semana do meio-ambiente, por exemplo, para nós rondonopolitanos, salvo pequenas manifestações muito isoladas e normalmente protagonizado pelo esforço sobre-humano de alguma escola ou professor, são apenas datas de efemérides no calendário.
A nossa apresentação é das piores possíveis (Ler: “Cidade é carente em obras de paisagismo”, publicado no Jornal A Tribuna, do dia 23/09/2012, p. A7). Temos a pretensão de sermos referência, atrair investimentos, empreendedores e bons profissionais para nossa cidade, mas nos apresentamos como um maltrapilho querendo vaga de executivo.
Deveria ser desnecessário dizer que o marketing, a começar pela apresentação, faz parte da estratégia de desenvolvimento. Mas infelizmente nossos gestores e a população de um modo geral ainda não percebeu isso. Apesar de alguns governos, Rondonópolis se desenvolve. Muito menos do que poderia e teria condições, mas ainda assim, por um conjunto de peculiaridades locais e o esforço de alguns políticos, sempre isoladamente é necessário dizer, conseguimos avançar.
Os órgãos públicos precisam dar exemplo. Se os terrenos de propriedade privada precisam estar limpos, e devem estar, os públicos necessitam evidenciar o modelo.
Neste sentido, e louvável a iniciativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente na organização de um Fórum para discutir os gargalos de urbanismo e paisagismo. Rogo que, independente do prefeito a assumir a gestão do município a partir de janeiro, iniciativas do gênero não sejam descontinuadas, num exemplo de inteligência política e gerencial.
Para tornar nossa cidade bela, não é necessário grande volume de recursos, mas sim alguns marcos legais e projetos integrados com boa articulação e envolvimento da sociedade civil organizada, tais como associações empresariais, de bairros, de engenheiros e arquitetos, engenheiros agrônomos, florestais, dentre outros, que possam, além de apresentar sugestões, participar ativamente dos projetos.
Aqui ainda temos problemas basilares de conhecimento técnico. Basta olhar os modelos e as técnicas de desbaste (não podemos chamar de poda) das árvores, realizadas pelos “jardineiros de turno” ou mesmo o pessoal da CEMAT. Estes devem ser treinados para que não transformem a prática muitas vezes necessária, em uma operação traumática, de facão e machado em punho, quebrando e rasgando a galhada das árvores, depredando e reduzindo a sua vida útil.
Por isso, este é um tema que deverá fazer parte de uma campanha ampla (não política), de governo (não do governo), da sociedade, capitaneada pela gestão pública, com o apoio irrestrito da classe política (os da base de apoio, da oposição e também daqueles encima do muro). Para o bem de todos.
Boa semana de Gestão & Negócios.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É professor do IBG, workshopper e palestrante – [email protected]

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